Porém, também oscilou para US$ 49,29. Agora às 14 horas está a US$ 49,84, no mercado internacional, onde não há feriado.
Estas grandes oscilações refletem diversas informações e também especulações. Queda maior que o previsto dos estoques de petróleo nos EUA, redução da produção na Nigéria, Líbia e também nos EUA.
Ao contrário do que muitos podem imaginar isto pode não se manter. O patamar dos US$ 50, o barril, é o ponto em que a produção de xisto (shale) nos EUA volta a ser interessante para que os produtores retomem suas produções.
O mesmo acontece com outros produtores chamados de marginais, que são aqueles que possuem altos custos de extração.
Assim, o que se passa neste momento do ciclo petro-econômico deve ser observado, porque, de certa forma, a produção de petróleo e gás do xisto americano, na prática, tende a ser no momento atual regulador da produção e dos preços no mercado mundial.
A produção de petróleo nos países da Opep está subindo, especialmente na Arábia Saudita, onde se estima que possa passar dos 11 milhões de barris por dia e no Irã, que segue aumentando sua produção, depois da suspensão do bloqueio contra o país.
A reunião da Opep prevista agora para os primeiros dias de junho, não deve ter resultado positivo, sobre acordo para limitação da produção, para estabilizar o preço nesta faixa.
Esta faixa de preço, em torno dos US$ 50, não é ruim para países como o Brasil, especialmente, por conta do potencial e da produção real, já em desenvolvimento.
De outro lado, o quadro reforça uma hipótese, que venho defendendo, que no presente e futuro imediato - de até dois ou três anos - o valor do barril de petróleo oscile entre US$ 40 e US$ 50. A não ser o espoucar de um conflito regional entre produtores, o que não é difícil de ocorrer diante das instabilidades.
Porém, o cenário após 2019 e 2020 está ficando cada vez mais claro, diante da redução das reservas e dos trabalhos de exploração/perfuração para a sua busca.
Só estudando o ciclo petro-econômico em suas várias dimensões e não apenas a econômica, mas espacial, política, geopolítica é possível intuir e melhor interpretar esta dinâmica.
É neste cenário que afirmo que o potencial brasileiro neste setor é um dos motivos dos problemas políticos que vivemos.
Quando da real descoberta do potencial das reservas do pré-sal já se falava abertamente, que para o bem e/ou para o mal, o Brasil tinha entrado na rota da geopolítica da energia e de forma irremediável.
Negar este fato é sofrer as consequências, sem se se planejar, como deveria, para simultaneamente, aproveitar os bônus e evitar os ônus desta colossal descoberta. Seguimos acompanhando.
5 comentários:
E os preços dos combustíveis não reduzem nunca no Brasil. Por qual razão ?
Muito bom artigo professor!
Abraços.
Sim, sigamos acompanhando, agora que a gestão deixou as mãos da ineptocracia que dizimou não somente nossa indústria petrolífera como a energética como um todo.
Essa turma fica lendo Diogo Mainardi, a Veja, Globo e ficam apenas com a versão que lhes interessa. E olhe que mesmo na mídia comercial evidencia que o problema do setor petróleo é mundial e relacionada ao ciclo do petróleo. Os esquemas e desvios na Petrobras, são antigos e vêm de longe.
Bom que seja enfrentado e todos rigorosamente punidos começando pelo afilhado de Dorneles e FHC que seguiu ensinando a turma do PMDB e alguns do PT a fazer o mesmo.
Porém, isto é bobagem em relação ao setor de petróleo que é imerso em desvios, falcatruas, sonegações, espionagens, etc. mundo afora.
Até a FSP divulga com frequência as consequências desta fase de colapso do ciclo petro-econômmico que o blog tanto detalha por aqui:
"Preço do petróleo faz endividamento de gigantes do setor crescer 30%":
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2016/05/1776278-petroleiras-aumentam-dividas-em-um-terco-para-enfrentar-precos-baixos.shtml
Mas, sei que é perda de tempo, que eu não tenho para gastar com leitores do Mainardi.
Desenhado Professor! Muito bom!
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