terça-feira, novembro 15, 2011

Lançamento da Pedra Fundamental do campus do IFF em Pádua

Abaixo o convite para o lançamento da pedra fundamental para a construção do Campus do IFF no município de Santo Antônio de Pádua, no Noroeste Fluminense. Com mais esta unidade, o IFF expande sua atuação no Nororeste Fluminense, que já conta com bases nos municípios de Itaperuna, Bom Jesus do Itabapoana e Cambuci. O evento acontecerá na próxima quarta-feira, às 16 horas, na avenida João Jazbik com a presença da reitora do IFF, professora Cibele Daher e do prefeito de Pádua, José Renato Fonseca Padilha. O campus de Santo Antônio de Pádua será construído com recursos do MEC já liberado pelo MEC.

7 comentários:

douglas da mata disse...

Enquanto isso, a qualidade vai pelo ralo.

Longe de mim contraria a lógica da expansão frente a pressão(positiva) da demanda pelo ensino ministrado nos IFF(s).

Sinal de que as coisas melhoram.

Mas é preocupante, como pai de aluno(a), e ex-aluno que sou, ver que não acompanha esse ritmo expansionista as contratações de professores, principalmente, aqueles vocacionados para o ensino médio.

Explico:

É voz corrente, e resume uma contradição dos IFF que os professores especializados e gabaritados por um política (correta) de valorização em mestrados e doutorados NÃO QUEREM dar aulas nos níveis secundários, e enfrentam a tarefa como CASTIGO.
Desejam discorrer sua capacidade nos CURSOS SUPERIORES.

Um paradoxo.

Assim, os alunos de nível médio ficam sujeitos as migalhas de atenção e dedicação.

Outro ponto:

Depois da greve (justa), a farsa da reposição, pois os horários permanecem intactos (sem aumento da carga correspondente às faltas) e pior: as faltas persistem, deixando alunos sem aulas, muito menos reposição em matérias-chave.

Tudo isso com expansão, é preocupante.

Hoje repenso a escolha de ter matriculado minha filha no IFF.

Sentimento de culpa que substituiu o de orgulho. Frustração ao perceber que para fazer um bom vestibular, vamos ter que pagar um "tributo" a "indústria do cursinho".

George A. F. Gessário disse...

Douglas essa priorização da quantidade de oferta "deixando de lado" a qualidade vem sendo infelizmente a tônica das ações do MEC, basta analisar as medidas previstas no Plano Nacional do ensino superior pra se constatar isso.

douglas da mata disse...

George,

Infelizmente, não há no curto prazo como solucionar esse dilema, que inclusive foi vivido em países que experimentaram expansões desse quilate, embora devamos respeitar as especificidades de cada processo histórico.

Japão, Coréia, etc, no primeiro momento aumentaram as vagas, e depois se ressentiram da "qualidade".

É justamente essa minha crítica: Se há um capital de conhecimento que permitia antever esses problemas, por que não fazê-lo?

A natureza híbrida dos IFFs(ensino secundário, profissionalizante e superior) torna mais difícil essas expansões, traz problemas como citei, causados justamente pelo que lhes dão tanta excelência: um corpo docente tão especializado que passa a escolher sua clientela(alunos dos cursos superiores e programas de pós-graduações).

Não tenho observado nos debates nos conselhos superiores, pelo que me foi dito, uma resposta das comunidades acadêmicas sobre esses problemas.

Ao contrário, as informações que me chegam são das inciativas em criar novos programas de pós, sem que estejam satisfeitas as demandas "de baixo", haja vista, que para os currículos vale mais pontos a militância nessas instâncias que as salas de aulas dos cursos secundários.

Mais uma vez a academia se auto-devora.








Um abraço.

Roberto Moraes disse...

Caros Douglas e George,

As suas preocupações são justas.
Há quem se preocupe e tente amenizar os problemas. Na verdade quase um dilema.

Não atuo como docente no ensino médio porque sou de área técnica, mas, continuo atuando no ensino técnico de nível médio, embora também atue em outras áreas.

Como bem disse o Douglas a gestão de uma instituição verticalizada na formação e multicampi é algo extremamente complexo.

Tenho dois filhos, um se adaptou bem e concluiu o ensino médio por lá. Começou um curso técnico, mas não terminou, identificou depois de um semestre que a sua opção de estudos era em outra área que agora segue. A minha filha também começou o ensino médio, mas não se adaptou e pediu para seguir outra opção. Ambos enfrentaram as greves dos servidores. Entenderam, mas reclamaram bastante. Não há pai ou mãe que não se angustie com isto.

A formação no IFF, mesmo que seja apenas no Ensino Médio não deve ser visto apenas pelo ponto de vista do conteúdo, mas, de uma forma mais ampla e, neste aspecto entre ganhos e perdas, ainda qualifico que o saldo é positivo.

Sou daqueles que defende uma interlocução da instituição com a sociedade, para além até dos conselhos. Muitas vezes os interesses são divergentes e conflitantes e o correto seria a sua explicitação para a busca de uma negociação.

Nesta linha há muita coisa para ser feito. Há um esforço em tentar dar conta e enfrentar os problemas, garantir a qualidade e expandir, mas, é correta a observação de que esta não pode ser feita a qualquer preço, e neste aspecto a questão não é só dinheiro ou tecnologia. Há muitos professores novos chegando com disposição e qualidade para atuar, mas, é preciso não ser populista e falsamente agradável dizendo que está tudo ótimo, porque não está, embora também esteja ainda, muito acima da média em termos de formção, especialmente quando considerada de uma maneira mais ampla.

Este debate, a crítica e as sugestões são importantes para corrigir as falhas mais simples e buscar alternativas, mesmo que parciais para aquelas mais complexas e imbricadas.

Abs.

douglas da mata disse...

Caro Roberto,

É esse também nosso dilema como pais, ex-alunos e pessoas preocupadas com a "qualidade" do ensino, politicamente falando, expansão e verticalização multicampi, na verdade um "trilema".

Nossas frustrações e expectativas pessoais se misturam com nossos compromissos políticos.

Mas é certo que a escola, mesmo com todo avanço democrático e vivência cidadã que proporciona, não dirimiu esse distanciamento com a comunidade escolar lato-sensu(aí considerados pais, ex-alunos, etc).

Você tocou em um ponto que é a chave para que eu continue a acreditar: o saldo é positivo, e a gama de interações que vivemos naquela escola não se resume a conteúdo, eu sei.

No entanto, de certa forma, no fim das contas, é isso que nos cobrarão como responsáveis pela educação dos filhos: quanto contéudo acumularam para optar por essa ou aquela carreira.

Um abraço.

Anônimo disse...

Douglas.
Antes de vc se preocupar com a qualidade que é fator preponderante, devia estar contente com a abertura de novos CAMPUS, pois são novas oportunidades dadas a quem a muito sonhava, o noroeste do estado é carente na area de Tecnologia, parabéns pela iniciativa a Reitora e o esforço do Diretor do CAMPUS Iataperuna o Prof. Evanildo, que lutou para oferecer a Padua um CAMPUS do IFF.
Marco Gondim
Conselheiro do IFF, ex-aluno ETEFC, Ex-Gerente de TELERJ que na minha gestão implantamos a Telefonia Celular em Campos, eexpandiu pelos outros municipios

douglas da mata disse...

Marco,

Mas eu estou contente com a expansão: ela significa que nosso país se expande, e isso se reflete na demanda por novos campi.

Disso não há dúvida.

Mas meu contentamento não afasta minha preocupação com a falta de solução para problemas que podem solapar o que já foi conquistado.

Não preciso dizer, pois você tem experiência gerencial de sobra(embora tenha sonegado, não sei porquê, sua experiência na administração pública na FCJOL, do governo mocaiber, senão me engano)-para saber que muitas empresas e entes públicas vão ao chão, justamente quando tentam crescer além do que podem.

É claro que não sou um elitista, ou um exclusivista, que deseja poucos campi, centralizados e com poucas chances de acesso, nada disso.

No entanto, se as arestas da verticalização e da rejeição do corpo docente em ministrar aulas nos cursos secundários não for solucionada, pode ser tarde demais.

Se não houver contratações de professores, idem.

Prédios, carros, laboratórios sem professores não são nada, pelo menos imagino isso.

Falo como ex-aluno, e pai de aluna. E eterno devedor e devoto da ETFC, CEFET, IFF...

Um democrático abraço, e lembranças a sua irmã Neice.