terça-feira, setembro 04, 2012

A descentralização da mídia do governo federal suas relações & consequências

A política correta do governo federal em descentralizar e aumentar a capilaridade de sua publicidade, ampliando da grande mídia metropolitana, para os órgãos de mídia do interior, muitas vezes favorece a quem não merece, seja pela baixa qualidade da informação, pelo apoio que dão as dinastias locais/regionais, ou pela ação que a maioria desenvolve tentando influenciar nos partidos e nas políticas locais e regionais.

Só para citar dois números que mostram esta nova realidade implantada depois que o PT chegou ao poder e que gera tanta reação da grande mídia nacional contra os governos Lula e Dilma: Em 2003, 499 jornais recebiam investimentos em publicidade do governo federal, enquanto em 2011, este número subiu para 8.519. O número de cidades com jornais que veiculam alguma publicidade do governo, incluindo as estatais, passou de 182 para 3.450.

É muito comum que nos municípios de médio e pequeno porte, a maioria destes órgãos tentar substituir os partidos, entrando no jogo politico e eleitoral, em troca de favores financeiros conhecidos.

O fato contribui para que a política no interior fique pior do que poderia ser. Se, ao inverso, a busca da representação política fosse feita apenas pelos partidos, o jogo poderia ser diferente, especialmente, agora que as redes sociais desempenham, de muito melhor forma, o controle social sobre as gestões locais.

Ninguém aqui, de forma pueril, imagina retirar os interesses que estão emprenhados em todo ajuntamento social. Aliás, é legítimo que eles se apresentem e defendam o seu quinhão. O que é cretino é querer bancar a virgem imparcial no jogo, em que o mais comum é faturar dos dois lados enganando seus incautos leitores.

Bom mesmo é que a sociedade se aprofunde em conhecer mais detalhadamente como funciona este jogo da informação chamada de neutra por alguns mal intencionados.

4 comentários:

Blog Católico do Leniéverson disse...

E aí, dependente das verbas publicitárias, os orgãos de comunicação deixam de ser isentos e questionadores do Poder Executivo. Errado, professor, a imprensa não pode se deixar levar por isso, é uma armadilha.

Roberto Moraes disse...

Caro Leniéverson,

Ela não se deixa levar por isto, ela leva.

E verbas significativas e sempre foi assim, só que no governo FHC e antes, só as grandes mídias levava grandes valores.

No caso da velha e grande mídia esta parcela de recursos é muito significativa, mas, não chega a ser maioria, no caso da velha mídia regional não.

As verbas das prefeituras, do governo estadual e do federal oscila em torno de 70 a 90%.

Ou seja, elas não existiriam se não fosse para receber o dinheiro dos orçamentos públicos.

Sds.

Manoel Ribeiro disse...

Caro Roberto.

É engraçado ler uma análise sua contra uma forma de gasto com publicidade de um governo que você apóia...

Sua frase "O fato contribui para que a política no interior fique pior do que poderia ser" é a prova de que governo Lula não foi tão bom como muitas pessoas acham.

Roberto Moraes disse...

Caro Manoel,

A análise de prós e contra não significa que não se deve ter uma avaliação crítica, mesmo das gestões que supomos ter mais acertos do que erros.

Isto é o mínimo que se espera dos cidadãos com senso crítico e com capacidade de questionamento, o que não invalidam, ao contrário, os seus pontos de vistas, seja para desejar a mudança (no caso de mais erros que acertos), seja para aperfeiçoar (no caso de mais acertos que erros).

Digo isto, sem efetivamente ter posição contra a diversificação dos recursos em comunicação do governo federal com a sociedade, mas, questionando o outro lado da moeda.

Você percebeu bem, a meu juízo, como este blog coloca suas questões, suas opiniões e seus pontos de vistas.

Fora daí ou temos propaganda gratuita ou oposição interessada em vantagens.

Sds.