segunda-feira, setembro 03, 2012

“Recebi do ex-presidente Lula uma herança bendita, afirma Dilma Rousseff em nota oficial”

Ainda sobre o artigo de FHC que também gerou um texto do sociólogo Emir Sader que o blog postou abaixo, a presidenta Dilma divulgou Nota Oficial em que afirmou ter recebido um país com economia sólida, crescimento robusto e inflação sob controle. Leia abaixo a íntegra da nota:

"Nota oficial"

"Citada de modo incorreto pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em artigo publicado neste domingo, nos jornais O Globo e O Estado de S. Paulo, creio ser necessário recolocar os fatos em seus devidos lugares.

Recebi do ex-presidente Lula uma herança bendita. Não recebi um país sob intervenção do FMI ou sob a ameaça de apagão.

Recebi uma economia sólida, com crescimento robusto, inflação sob controle, investimentos consistentes em infraestrutura e reservas cambiais recordes.

Recebi um país mais justo e menos desigual, com 40 milhões de pessoas ascendendo à classe média, pleno emprego e oportunidade de acesso à universidade a centenas de milhares de estudantes.

Recebi um Brasil mais respeitado lá fora graças às posições firmes do ex-presidente Lula no cenário internacional. Um democrata que não caiu na tentação de uma mudança constitucional que o beneficiasse. O ex-presidente Lula é um exemplo de estadista.

Não reconhecer os avanços que o país obteve nos últimos dez anos é uma tentativa menor de reescrever a história. O passado deve nos servir de contraponto, de lição, de visão crítica, não de ressentimento. Aprendi com os erros e, principalmente, com os acertos de todas as administrações que me antecederam. Mas governo com os olhos no futuro.

Dilma Rousseff
Presidenta da República Federativa do Brasil."

2 comentários:

Anônimo disse...

De Guiomar Valdez- deixo o meu comentário que fiz á companheria Cibele Daher sobre esta postagem em seu face: " Olá companheira Cibele Daher Daher, penso que os governos Lula da Silva deixou algumas poucas heranças benditas...não o nego irracionalmente, nem raivosamente, não apoio essas formas. Entretanto, existem outros tipos de heranças, que precisam ser olhadas 'face a face', para se fazer um balanço honesto, e, o quanto puder com um distanciamento necessário, deste tempo histórico. Por coincidência, hoje postei em meu face, um artigo do 'velho' sociólogo Chico Oliveira que trata exatamente desta questão. Vale a pena a leitura 'desinteressada', sem paixão. Como ele, uma série de outros sérios pensadores/pesquisadores trabalham esta questão, cada um numa determinada dimensão. Ontem mesmo, assisti o Ricardo Antunes (gente séria) na TV Cultura, tratando também desse tema. Deixo a dica. Um beijão.

Alexandre disse...

Editorial do PSDB: ‘Reescrever a história é tentar negar a existência do mensalão’

Nesta terça-feira, o PSDB divulgou o seguinte editorial:
EM DEFESA DO CONTRADITÓRIO
A democracia brasileira, conquistada a duras penas, pressupõe o contraditório, coisa com a qual o PT não consegue lidar bem. Só isso justifica o grande incômodo provocado no último fim de semana pelo artigo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, no qual ele dá exemplos da herança pesada herdada do governo Lula pela presidente Dilma Rousseff.

Nos causa surpresa, em especial, a reação da presidente Dilma Rousseff, que, cedendo às pressões de seu partido, acabou se excedendo na defesa do legado recebido de seu antecessor. Infelizmente, usando os mesmos métodos utilizados pelo ex-presidente Lula: este sim um especialista em tentar reescrever a história brasileira de acordo com suas conveniências.

Basta lembrar as inúmeras tentativas do ex-presidente Lula e de vários de seus aliados em tentar negar a existência do mensalão. Uma tese, aliás, que o Supremo Tribunal Federal vem derrubando a cada dia com as condenações que já começaram a ser proclamadas.

No afã de defender a herança recebida de Lula, a presidente Dilma incorreu em alguns erros ao ressaltar que seu antecessor havia recebido um país sob “intervenção” do Fundo Monetário Internacional (FMI) do governo FHC.

Esqueceu a presidente de lembrar o pânico gerado, em 2002, nos meios financeiros só com a possibilidade de vitória do candidato do PT, o que chegou a provocar corrida bancária e forte elevação da taxa de juros, além de desencadear pressões inflacionárias.

Estas, sim, foram as razões que levaram o então presidente Fernando Henrique a negociar um acordo com o FMI. Um acordo, aliás, que teve o aval de todos os candidatos à Presidência, inclusive o do PT.

De fato o ex-presidente Lula não cedeu à tentação de disputar um terceiro mandato, como chegaram a pregar muitos de seus correligionários, mas não pestanejou em disputar a reeleição, garantida pelo Congresso Nacional em votações qualificadas e com o apoio majoritário da sociedade brasileira.

O mais curioso é que, mesmo há quase uma década no Poder, o PT ainda insista em atribuir à gestão tucana os males que não conseguiu consertar no país ou que reedite, sem cerimônia, políticas que tanto criticou como a das privatizações, hoje rebatizada como concessões à iniciativa privada.

Pior ainda é que o PT tente atribuir a adversários comportamentos golpistas, enquanto nos bastidores trabalha pela implantação de um projeto hegemônico, através do qual imagina ser possível aniquilar a oposição no Brasil.

Nada nos fará calar diante do que nos parecem erros graves, mas sempre com equilíbrio e sem faltar com a verdade.