segunda-feira, setembro 02, 2013

Pedágio de US$ 1 milhão

Não precisam se assustar, não se trata do pedágio da BR-101 comentado em nota abaixo.

O blog se refere ao valor que pode chegar o pedágio cobrado pelo Canal de Panamá aos navios que atravessarem do Oceano Pacífico para o Atlântico em seus cerca de 80 quilômetros.

Por conta do aumento do tamanho dos navios cargueiros (porta-contêineres) metade destes em operação e outros encomendados não passam mais pelo canal. Por isto o governo panamenho está investindo US$ 5,25 bilhões e 8 mil trabalhadores para tornar o canal mais largo e mais profundo.

Hoje o Canal dá passagem a navios que totalizam por aino 333 milhões de toneladas. Com a ampliação poderá dar vazão a até 600 milhões de toneladas. Os antigos navios que cabiam no canal eram os panamax. Depois, a necessidade de otimizar o transporte global, os porta-contêineres novos e maiores passaram a ser o chinamax. Estes possuem capacidade de transportar até 10 mil contêineres que precisa de cerca de 18 trens ou 5,8 mil caminhões para descarregar.

Nos últimos anos o pedágio via Panamá é de cerca de US$ 150 mil e está triplicando para US$ 450 mil por trecho, dependendo da carga. Estima-se que estes navios chinamax, porta-contêineres pagarão entre US$ 800 mil e US$ 1 milhão.

O canal do Panamá vai fazer 100 anos em 2014, mas, só de 1999 para cá o país da América Central assumiu o seu controle. No ano passado seu faturamento foi de US$ 2,4 bilhões que equivale a 10% do PIB panamenho.

Fonte: Wikipedia
Atrás desta receita países vizinhos, estudam alternativas para oferecer esta passagem entre os dois oceanos. A Nicarágua estuda uma proposta de empresa chinesa para abrir um concorrente ao Canal do Panamá, mas com um percurso que é três vezes mais longo. Guatemala e Honduras e até o México falam em projetos de "pontes terrestres" entre o Atlântico e o Pacífico.

Fato é que o fluxo de mercadorias entre os continentes é cada vez maior, tanto de granéis de minério, carvão, soja, gás natural, quanto de produtos industrializados, especialmente os produtos chineses. Assim, o encurtamento da viagem pelo canal é uma questão de custo-benefício. Menos tempo de viagem, menos combustível consumido, menos navios necessários.

Para uma região que pode vir a ter um porto é oportuno conhecer detalhes deste tipo de logística. Agora, cá para nós, para pagar US$ 1 milhão de pedágio o lucro com a carga tem que ser grande, heim?

PS.: Este fluxo da América Latina para a Ásia e EUA em que daqui sai commodities minerais e agropecuárias e voltam produtos industrializados precisa mudar, mesmo que em parte e de forma gradual. A América do Sul necessita que sua economia seja mais complementar e precisa vender suas commodities minerais de uma forma mais organizada, assim como em passado recente, os árabes passaram a fazer com o comércio de petróleo via OPEP.

PS.: Atualizado às 12:46 para corrigir redação que gerava entendimento distorcido sobre a capacidade anual do Canal do Panamá, conforme bem questionou o comentário feito nesta nota.

2 comentários:

Anônimo disse...

A capacidade dos navios não seria em mil toneladas ao invés de milhões?

Roberto Moraes disse...

Tem razão. A redação equivocada gerou sua interpretação de que era a capacidade dos navios e não do Canal do Panamá.

Obrigado pela correção.

Sds.