sábado, setembro 19, 2015

A imigração no Brasil

Nos últimos dias sigo arrumando e fazendo uma seleção em meus livros e anotações separando o que mais interessa para as reflexões atuais. É um trabalho prazeroso, embora quase interminável, porque você não resiste a olhar e ler algumas partes dos livros já esquecidos.

Assim, aconteceu com os livros da história do Brasil contada de outras formas por Eduardo Bueno (são três volumes) e outro de Jorge Caldeira, o excelente autor da biografia do Barão de  Mauá.

Pois bem, na publicação de Caldeira que é de 1997, da Cia. das Letras e com incentivo e apoio cultural do Ministério da Cultura ele nos conta um fato que ganha realce com a questão da imigração que temos visto na Europa.

Jorge Caldeira ao falar do início da República (velha), ele lembra as bases dos governos militares e técnicos do início do século que redundaram na urbanização e processo de industrialização.

Neste ponto, o autor lembra a preocupação que teve o presidente Afonso Pena, que depois viria ser substituído pelo campista, seu vice, Nilo Peçanha que estimulou a imigração para "ocupar áreas desertas de nosso território" (P.247).

Neste esforço de trazer "mão-de-obra estrangeira" Afonso Pena montou um "programa para subsidiar passagens e distribuição de terras para imigrantes através do Serviço de Povoamento do Solo Nacional, uma autarquia com poder de reforçar os sistemas de imigração estaduais. Os resultados foram imediatos. A partir de 1908 o fluxo migratório voltou a se acelerar. São Paulo dividiu a liderança com Santa Catarina e Rio Grande do Sul, onde a abertura de ferrovias permitia criar núcleos populacionais. No ano de 1913, entraram no Brasil 192.683 imigrantes, o maior número de toda a história do país."
Imigrantes alemães no Rio Grande do Sul, 1914. Wikipedia.

Evidente que tratam-se de casos de imigração distintos no início do século passado no Brasil e agora na Europa. No Brasil antes da Primeira Guerra Mundial, era o Brasil que queria os imigrantes e os viam como trabalhadores, desbravadores e "mão de obra" barata.

É verdade que após o início da 1ª GM e no período do auge da 2ª GM, o Brasil recebeu refugiados, mas eles foram em números bem menores do que estas quase duas centenas de milhares há 100 anos.

Porém, vale destaque o peso de 192 mil imigrantes num só ano, em relação ao total da população há um século. É certo que isto marcou a história do Brasil, tanto quanto o tráfico de escravos da África durante todo o século anterior, de XIX.

Enfim, aproveitei o final de semana para repartir com vocês esta nesga de nossa história.

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