sábado, setembro 05, 2015

Brasil é o 4º maior mercado mundial de água engarrafada

Segundo matéria do Wall Street Journal (31/08), em 2017 a venda de água engarrafada deverá ultrapassar a venda de refrigerantes, na terra que criou a coca-cola, os EUA.

No Brasil, o consumo per capita de água engarrafada (chamada de mineral) cresceu a uma taxa anual de 11,7% entre 2008 e 2014, atingindo 69 litros, ano passado, ante 35,5 litros em 2008.

A produção estimada de água engarrafas em 2014 foi de 14 bilhões de litros, pouco mais que o dobro de 2008. Assim, o Brasil é o quarto maior mercado mundial de água engarrafada, segundo o DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral do Brasil).

É difícil de aceitar estes números diante de um bem de interesse público. Sobre o assunto, o professor Ladislaw Dowbor comenta em seu livro )pp-60-61) "O pão nosso de cada dia":

"A água, tal como o espectro eletromagnético, constitui um recurso natural, base da nossa vida e de todas as formas de vida. É recente a sua transformação em bem econômico – o ouro azul, uma referência ao ouro negro que é o petróleo. A água literalmente cai do céu e, para que se torne valor econômico apropriado por um grupo privado, precisa se tornar escassa. Um bem abundante como o ar tem valor de uso, utilidade, mas não necessariamente valor comercial. À medida que a água vai ficando escassa – e hoje cerca de 2 bilhões de pessoas no mundo têm dificuldade de acesso à água –, torna-se um bem econômico precioso."

Já na página 63 Dowbor diz: "Do lado da oferta é um bem público, no sentido de ser produzido e reproduzido, mas em volume limitado, em todo o planeta, com grandes desigualdades de localidade e sazonalidade. E do lado da demanda é um bem essencial, de uso extremamente diversificado, como vimos. Que tipo de gestão permitirá o equilíbrio? ... Há limites na apropriação unilateral de toda a água, sobretudo quando consideramos que se trata de um bem que a empresa não precisou produzir. Hoje, muitas empresas já consideram a não rejeição social como um dos critérios de viabilidade das suas atividades, além do cálculo econômico tradicional."

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