sexta-feira, fevereiro 05, 2016

Redução de 98% no lucro das grandes petroleiras deixa claro a fase de colapso do ciclo

Ainda há quem queira entender a crise do setor de petróleo no Brasil, apenas sob a lógica dos desvios de recursos da Petrobras. Eles precisam ser combatidos e enfrentados.

Porém, o problema maior desta cadeia global é o fim de um ciclo que atinge todas as grandes corporações do setor, desde as petroleiras, até as corporações de engenharia e tecnologia que dão apoio ao setor.

A matéria de hoje do Renato Rostás, do Valor "Lucro líquido das gigantes recuou 98% no ano passado" dá uma dimensão do tamanho do colapso de mais um ciclo no setor. O infográfico exposto inicialmente é muito representativo daquilo que a matéria mostra. Ela traz dados de seis grandes petroleiras, em termo de receita, produção e investimentos. A seguir o blog transcreve parte da matéria. A íntegra do texto pode ser lido aqui.


































"Lucro líquido das gigantes recuou 98% no ano passado"
Com a forte queda dos preços do petróleo e os custos ainda altos de exploração e produção, o lucro das principais petrolíferas do mundo foi praticamente a zero no ano passado. O Valor levantou os balanços de Royal Dutch Shell, Exxon Mobil, Chevron, BP, Statoil e Pemex e constatou que o resultado líquido das seis empresas ficou em US$ 1,6 bilhão durante 2015, recuo significativo de 98% perante 2014. 

BP, Pemex e Statoil registraram perdas na última linha do balanço anual de 2015. Já para Exxon, Shell e Chevron, o ano foi de queda no lucro líquido.

As seis petrolíferas são as maiores do mundo em produção que já apresentaram as demonstrações financeiras de 2015 até agora. A Petrobras ainda não revelou seus dados, mas tem potencial para reduzir ainda mais os números. De janeiro a setembro, a estatal obteve lucro líquido de US$ 971 milhões, 58,8% a menos do que no mesmo período de 2014, e a maioria dos bancos espera prejuízo para a companhia no acumulado de 2015. A Petrobras ainda não marcou data para divulgar seus resultados.

As companhias informaram que vão economizar ainda mais recursos, onde for possível. Os investimentos, por exemplo, que servem para manutenção dos campos já em atividade e para novas extrações que permitem a reposição dos barris em reserva, já caíram 20% em 2015, para US$ 148,6 bilhões. São US$ 38 bilhões que deixaram de ser aplicados.

Mas, no próximo ano, esse corte deve aumentar. As previsões anteriores das empresas - neste caso, a Pemex não está inclusa - apontavam para investimentos de US$ 122 bilhões em 2016. Com a divulgação dos resultados do quarto trimestre, as estimativas diminuíram para US$ 112,8 bilhões, ou 7,5% a menos. Os números levam em conta também o BG Group, adquirido pela Shell, mas mesmo assim a redução no orçamento pode ser da ordem de 17% em 2016.
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"A conclusão é que vemos a produção americana de petróleo já começando a cair, liderada pelos declínios no xisto", afirma o analista Thomas Pugh. "A redução é uma das principais razões pelas quais acreditamos que os preços vai subir nos próximos anos. A projeção para o fim de 2016 é de US$ 45 por barril."

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