segunda-feira, março 03, 2008

Emut: como esperar melhorias?

Tem gente que diz achar o blog às vezes, meio ranzinza, pelas suas reclamações. Porém, o blog entende que para bater palmas, os gestores já têm gente de mais, talvez milhares de pessoas, daí que questionar, levantar pontos para o debate e propor é algo que o blog conclui que vale mais à pena. Este blog nunca ficou nas denúncias só por fazer, para implicar ou coisa parecida. O interesse, mesmo que haja um certo humor, ou sarcasmo (como queiram) é a melhria e o aperfeiçoamento da administração pública. Então, dito isto, vamos em frente: é inegável que o presidente da Emut, o arquiteto Ronaldo Linhares é um sujeito bem intencionado que gosta da sua cidade e tenta avançar. Muitas vezes faz isto meio atabalhoadamente e talvez, por isso tenha, até mais adversários dentro da própria máquina pública do que fora. Reluta em aceitar sugestões dadas assim de chofre, mas depois, devagar, acaba assimilando algumas. Pois bem, se for assim ainda será tempo de modificar e entende o blog, melhorar a estrutura da empresa que preside. O edital do concurso público para o órgão que está à beira de ser colocado na rua e que já é do conhecimento da imprensa e rola em detalhes pela rede e pelos jornais, traz discrepâncias até aos olhos dos leigos. Por exemplo, pretende selecionar 200 agentes de ficalização, 20 auxiliares administrativos, mais 10 agentes administrativos, 10 motoristas e apenas, não se espantem: 1 arquiteto/urbanista e 1 engenheiro civil. Engenheiro de Transportes ou similar, nada. Volto a lembrar, a EMUT é uma empresa municipal de transportes. Tem papel de planejamento, organização, controle e fiscalização na área que envolve o trânsito da cidade e o transporte público. Há muito, nossa cidade carece de planejamento de longo prazo para o setor, considerando inclusive, o extraordinário crescimento de aproximadamente 6 mil veículos ano, em circulação na área urbana do município. Por conta disso, imagina-se que a empresa careça e por isso estaria abrindo o concurso público para a contratação de técnicos e não um amontoado de agentes de fiscalização. Campos necessita de bons quadros técnicos de planejamento em trânsito e tranportes público. Outras cidades já perceberam isso e valorizaram estas carreira específicas, abriram concurso com recrutamento de técnicos, que ao contrário dos ocupantes dos cargos comisssionados comandarão a máquina e guardarão a memória técnica do setor, ao contrário daqueles que chegam junto dos gestores eleitos, para comandar as pastas sendo trocados ao final dos mandatos, a não ser por alguns que pretendam ser vistos como gestores insubstituíveis. Gente, vamos oxigenar e profissionalizar a máquina pública local. Sem isso, a cidade ficará eternamente à mercê de salvadores da pátria que a qualquer hora podem ameaçar recolher seus paninhos de bunda e se mandar.

2 comentários:

Luiz Felipe Muniz disse...

Roberto,
vc levantou uma questão central.
Aqui nesta planice não se busca nem competência e nem organização institucional.

Querem por aqui um bando de bem mandados "servidores", meio que acéfalos, para seguirem os comandos do "reizinho" do momento.

Não sabem e não querem trabalhar para resolver definitivamente as questões da cidade. Não há como tudo, numa cidade tão complexa como a nossa, ser centralizado em personalidades bem articuladas...tem que haver uma política clara de trânsito, de saúde, de expansão, de sustentabilidade...
Não há como pensar uma cidade sem profissionais técnicos de carreira...sem comissões técnicas permanentes no Executivo para a busca de soluções planejadas e eficazes no tempo e no espaço...enfim, esta é a nossa realidade cruel...

Não cansarei de dizer: o excesso de egocêntricos por aqui, ainda nos levará a um estado caótico - urbano e rural - inimaginado em tempos tão velozes, veremos!!

Bruno Lindolfo disse...

Todas as mazelas elencadas pelo comentarista acima se consubstanciam quando percebemos que a maior realização desse governo, que gere bilhões, foi um projeto para tapar buracos, limpar lixo e cortar mato.
E isso ganha status, dado pelo próprio poder público, de grande ação. É grave, muito grave.

Um recente artigo do secretário responsável pelo projeto Cara Limpa foi primoroso, de verdade, sem dúvida o abandono é também da população, seja das idéias ou do lixo que joga nas ruas.
Faz lembrar a frase repetida, incansavelmente, pelo prof. Sérgio Diniz, em suas aulas: "Quem joga lixo na rua não sabe votar". É verdade.