terça-feira, março 13, 2012

Diretora geral da ANP informa acordo com Sindipetro-NF para ampliação da fiscalização sobre segurança do trabalho nas plataformas

A nova diretora-geral da ANP, Magda Chambriard indicada recentemente pela presidenta Dilma Roussef para o cargo máximo da Agência Nacional de Petróleo, afirmou em entrevista publicada no Valor que nos seus planos para 2012 está “o aumento da fiscalização sobre as atividades de exploração e produção de petróleo. Contou que tem um acordo com o Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF) para que funcionários da plataforma denunciem problemas operacionais que possam colocar vidas em risco e pretende estender o acordo para outros sindicatos do país. O acordo com o Sindipetro resultou na paralisação da produção da plataforma P-33 da Petrobras, em 2010. Segundo Magda, as empresas devem se acostumar com as fiscalizações, que, avisa, serão rigorosas”.

Neste contexto de articulação com a ANP é que o Sindipetro-NF está divulgando a programação para a passagem dos 11 anos da tragédia do afundamento da P-36 na Bacia de Campos que aconteceu no dia 15 de março de 2001.

Diz o release do Sindipetro-NF:

“Na Bacia de Campos são registrados por dia uma média de quatro acidentes, sem contar as subnotificações

Após o acidente ocorrido com a P-36 que causou a morte de 11 petroleiros depois de uma série de explosões, a data de 15 de março se tornou um marco na luta da categoria petroleira por condições seguras de trabalho. O acidente aconteceu em 2001 e, de lá para cá, todos os anos os petroleiros realizam atos em mobilizações para não deixar que caia no esquecimento.

Esse ano, Sindipetro-NF promove nos próximos dias 14 e 15 evento e atos públicos para marcar a passagem da tragédia da P-36. No dia 14, será realizada uma mesa de debates, às 17h30, com o tema “Interdições e Autuações na Bacia de Campos”, na sede de Macaé. No dia 15, a partir das 7h30, acontecerão manifestações com a participação dos trabalhadores, parentes e vítimas de acidentes, nos aeroportos de Macaé, Farol de São Tomé e Cabo Frio.

Segundo dados da FUP, além dos familiares e amigos dos 11 companheiros mortos naquele acidente, mais 300 famílias choram a morte de outros petroleiros vítimas de acidentes de trabalho no Sistema Petrobrás. Na Bacia de Campos ocorreram 129 óbitos de 1998 até o momento, sendo que 85 foram de terceirizados e 34 de empregados da Petrobrás. Apesar do grande número de subnotificações de acidentes, o Departamento de Saúde recebeu um registro de 1606 Comunicados de Acidentes de Trabalho em 2011. Uma média de quatro acidentes são registrados por dia, sem contar os que são ocultados.

Para que mais acidentes não aconteçam a diretoria do NF acredita que é necessário o engajamento dos trabalhadores nas campanhas e mobilizações por condições seguras de trabalho.

O Sindipetro-NF tem denunciado insistentemente o sucateamento de algumas unidades marítimas da Petrobrás, ocasionadas pelo descaso com a manutenção, a precariedade de segurança e a redução de efetivo nas plataformas. Tudo isso para que a produção seja mantida a qualquer preço.

Nos últimos dois anos, a participação da categoria através do envio de pendências de segurança nas plataformas levou à interdição de 13 unidades marítimas da Petrobrás, Brasdrill, Seadrill e Noble.

Impactos da insegurança sobre os números da Petrobrás

Estimativa produzida pelo Dieese, a pedido do Sindipetro-NF, mostra que aproximadamente um milhão de barris de petróleo (1.028.320) deixaram de ser produzidos em 2011 em razão das interdições em plataformas na Bacia de Campos. O levantamento levou em consideração a produção das unidades nos dois anos anteriores, no mesmo período em que estiveram paradas no ano passado. Esta produção perdida seria capaz de gerar uma receita de aproximadamente 116 milhões de dólares para a Petrobrás.

O volume de óleo que deixou de ser produzido equivale a meio dia de produção de petróleo em todo o país. Atualmente, o Brasil produz cerca de dois milhões de barris diários.

O sindicato solicitou o levantamento das perdas para demonstrar o quanto seria mais econômico para a companhia se ela tivesse uma política de segurança que não deixasse as áreas operacionais chegar ao ponto de serem interditadas. Para a entidade, a segurança não tem preço e os prejuízos não devem ser lamentados, mas chama atenção o fato de que, até mesmo pela lógica do mercado, a insegurança gera perdas para a empresa.”

Um comentário:

Luiz Gonzaga disse...

Hoje uma plataforma adernou. SS39