terça-feira, março 06, 2012

Anglo American separa minério para fornecer para a siderúrgica Ternium no Açu

A Anglo American uma das maiores mineradoras do mundo comprou da MMX as ações majoritárias do negócio de extração, beneficiamento, transporte e exportação de minério de ferro no projeto Minas-Rio.

A Ternium é o braço siderúrgico que o grupo ítalo-argentino Tecnhint projetou para construir no Distrito Industrial de São João da Barra na localidade do Açu.

Em novembro passado, a Ternium comprou participação na siderúrgica Usiminas com investimento de R% 5 bilhões, valor exato, daquele informado que seria usado para a montagem da siderúrgica no Açu, para a qual a Ternium já possui Licença Prévia (LP).

O fato gerou a interpretação da possibilidade de adiamento da construção da siderúrgica no Açu, que ainda existe. Clique aqui e aqui e leia duas postagens do blog sobre o assunto.

Porém, na semana passada, a Anglo American anunciou que pretende fechar, ainda em março, “um contrato de longo prazo para entrega de minério de ferro para a futura siderúrgica da Ternium no Açu. Já conformamos a disponibilidade de volumes para a Ternium falta acertar dois assuntos comerciais”, disse Paulo Castellari, presidente da Minério de Ferro do Brasil, subsidiária brasileira da Anglo American.

Do jornal Valor na edição desta terça-feira: (grifos do blog)

“Do total de 26,5 milhões de toneladas de minério a ser produzido pela Minas-Rio, a partir do segundo semestre de 2013, um quarto do volume deverá ser fornecido à Ternium, mais um quarto para clientes asiáticos e metade ao Oriente Médio. "Tivemos que renegociar contratos com os outros clientes para garantir minério para a Ternium", informou. Ele adiantou ao Valor que, em relação ao preço negociado com os clientes, a Anglo será bem balanceada. "Uma parte do volume se baseará no preço do mercado 'spot' (chinês)".

Anglo American informa sobre aumento de custos na construção do mineroduto Minas Rio

“Castellari informou ontem que o orçamento total do investimento no projeto Minhas Rio, um dos dois ativos adquiridos do grupo EBX de Eike Batista, entre 2007 e 2008, poderá crescer 15% - de US$ 5 bilhões para US$ 5,8 bilhões - devido à demora na liberação de licenças ambientais e dificuldades na contratação de mão de obra e equipamentos para tocar o projeto. "A economia local está muito aquecida e a competitividade nas obras civis está impactando nosso projeto".

O projeto da Anglo, na Serra do Sapo, em Minas, onde se localizam as jazidas de ferro, já sofreu alguns atrasos em seu cronograma inicial e foi classificado pela matriz como "altamente inflacionário", no texto do balanço de 2011, divulgado semana passada. Apesar do ajuste financeiro no 'capex', que inclui mina, mineroduto e porto, o projeto Minas Rio é muito competitivo, afirmou, informando que os recursos minerários medidos pularam de 1,2 bilhão de toneladas para 5,8 bilhões. Isso deixou a companhia animada, que já avalia possibilidades de expansão futura.

Outro ponto vantajoso do negócio, que o executivo ressaltou, foi o custo operacional do minério a ser produzido na Minas-Rio, entre US$ 25 e US$ 30 a tonelada FOB (no porto). "A tonelada entregue na China (CIF) equivale a US$ 45 a US$ 50". Até o início da operação, a Anglo deverá aplicar US$ 12,8 bilhões no empreendimento, incluindo US$ 7 bilhões gastos na aquisição dos ativos.”

Sobre a Licença de Instalação:

Em dezembro passado, o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc havia informado que o Conselho Estadual de Controle Ambiental (Ceca) que aprovou a licença prévia (LP) estabeleceu novas condicionantes a serem cumpridas antes da concessão da licença de instalação (LI), próxima etapa do licenciamento ambiental do projeto:

“São medidas para garantir a saúde dos trabalhadores da siderúrgica como a vedação de fornos, instalação de exaustores e portas de diafragma. A Ternium também terá que arcar com compensações ambientais da ordem de R$ 70 milhões que irão para saneamento e compensação aos pescadores locais”, segundo Minc.

Na época o secretário informou que a LI (Licença de Instalação) deveria levar de três a quatro meses para ser concedida, o que possivelmente ocorrerá agora em março ou abril e, assim, deve coincidir com o acordo comercial para o fornecimento do minério de ferro por parte da Anglo American.

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