quinta-feira, junho 21, 2012

25, 20 anos depois...

Os mais jovens não vão se recordar. Talvez tenham ouvido falar de quando a Icaraí Móveis, Distribuidora Mercantil e depois a Tri Som não suportaram a vinda das lojas do Brastel, Garson, Ponto Frio e... depois Casa & Vídeo, Casas Bahia, Ricardo Eletro, etc., além de grandes supermercados.
 
As lojas de eletrodomésticos em Campos não suportaram a concorrência contra quem tinha escala para comprar e vender e assim, não adiantava, modernidade, administração, ousadia, nada... o preço baixo da concorrência levava os antigos e conhecidos clientes.

Passaram duas décadas e o que se viu na área de eletrodomésticos (tv, videocassete, fogão, micro-ondas, etc.) onde o lucro por unidade vendida era grande, e agora estamos vendo a pressão sobre o setor de roupas,  remédios e varejo, além de novas marcas de supermercados chegarem ao município, atrás dos velhos e já não tão conhecidos clientes de antes.

Dizem que eles estão de olho dos novos moradores que estão vindo trabalhar no Açu, mas, de passagem atraindo os velhos fregueses do antigo e cada vez mais escasso comércio local. A João Pessoa está cada vez mais diminuta e a guerra do mercado cada vez mais acirrada agora em patamares relacionados à economia nacional e a global.

Quem primeiro comemora a chegada dos novos não será dos últimos a lamentar a massificação de tudo. Por uns trocados de diferença temos a indiferença das grandes marcas. Há quem ainda creia no discurso da eficiência e da modernização como forma de enfrentar a massificação dos mercados. As cidades vão ficando cada vez mais iguais e maioria considerando tudo isto natural...

Projetem, num exercício de cenário, como poderá ser daqui a 25 anos...

Agora reflita sobre o que pode ou não ser alterado e como e onde intervir...

8 comentários:

Gustavo Alejandro disse...

Nessa disputa entre mercadores, os perdedores não estão, necessariamente, a favor de um 'capitalismo mais humano'. O sonho deles era ser, justamente, uma Casas Bahia da vida.

Se não foram, não foi por humanismo, ética ou nada disso. Apenas não conseguiram.

Anônimo disse...

Isso mesmo, Roberto, sem mencionar as concessionárias de automóveis e motocicletas. Antes, os proprietários eram campistas ou com profundas raízes aqui. Hoje, são grandes grupos com matrizes fora da região.
Honrosa exceção para a Suzuki motocicletas que vem resistindo apenas por ser antigo e contar com prestígio junto ao grupo J. Toledo. O resto é de fora: VW, GM, Ford, importados, motos Honda, Dafra etc... A Yamanha é híbrida.
O mais próximo que se pode atribuir a uma dono de Concessionária daqui é Muriaé. Embora a família Braz tenha algumas afinidades com a cidade, o lucro não fica aqui...

O grande varejo é forasteiro com a exceção de uma ou outra pequena rede e do Superbom. Este último não é possível nem saber se é uma "honrosa" exceção. Nem mesmo se É uma exceção...
Na construção civil já estamos vendo os grandes grupos entrando com força no mercado privado local e dominando completamente as obras públicas. Exceção para a ImbeG que, de novo, não se sabe se é honrosa.
O setor gráfico sofre com a concorrência externa mesmo que não instalada aqui fisicamente.
O setor metalmecânico ficou sucateado com a decadência do sucroalcooleiro e se hoje tem alguma representatividade, esta é a da alemã Schulz.
A China e o trabalho escravo paulista se encarregaram de inviabilizar a indústria do vestuário regional que hoje tem alguns poucos heróis ainda funcionando. Poucos.
Permanece, por enquanto e timidamente, o controle local apenas do setor de serviços (especialmente Saúde e Educação) e pequenos nichos mais especializados como o mobiliário escolar e panificação. Mas todos com graves dificuldades.

Àqueles que ficam felizes quando uma empresa Campista fecha, esbravejando:
- Já vai tarde/ trabalhava mal/ campista é incompetente mesmo / aqui não tem nada bom / etc etc, saibam: ainda vamos sentir saudades delas...

Anônimo disse...

Boa dica Roberto.

Anônimo disse...

Não sou contra a concorrência, muito pelo contrário, desde que seja uma concorrência justa.
Em alguns casos, as grandes lojas/redes vêm com insenção fiscal, liminar disso e daquilo que lhes permitem ter melhores preços.
Mas e os menores? Esses não conseguem ter tais benefícios fiscais e ai fica muito difícil concorrer.

Anônimo disse...

Essas lojas por você mencionadas, um dia foram o ¨futuro¨da cidade, no qual praticava-se um comércio provinciano arremetido a uma minoria financeiramente privilegiada, ou seja, muito poucos eram esses clientes que desfrutavam da aquisição desses ¨eletrodomésticos ou de uma mais diversificada compra num supermercado¨. Se és um morador das antigas, como eu sou, sabe bem do que escrevo. Portanto, reclamar um progresso que trouxe benefícios a muitos e retardo aos que não o acompanharam, não me parece um pensamento de bom senso. O poder de compra evoluiu, o poder de escolha evoluiu, o poder de opção de empregos regularizados evoluiu, e assim por diante...Que essa realidade futurística de ¨hoje¨ seja obsoleta ¨amanh㨠para que aconteça cada vêz mais evolução na qualidade de vida de uma população.

Anônimo disse...

Roberto, estive em uma festa no Recanto das Palmeiras, realizada em um dos seus salões. Lá o Félix Manhães anunciou a sua desfiliação do PT. Com ele está saindo todo o seu grupo. Teria sido a foto do Lula com o Maluf que acelerou a sua saída do Partido dos Trabalhadores. Parece que o seu destino é apoiar candidato da base da Prefeita Rosinha.

Anônimo disse...

Não tenho a menor saudade do q passou, afinal, quem vive de passado é museu. E q venha o futuro!

ODRACIR SATIERF disse...

Lamentavelmente isso ocorre em todos os locais a globalização é presente em todo o Brasil. Hoje se formos a qualquer Shopping do Brasil as lojas são as mesmas. Raras exceções verificamos nas praças de alimentação. Comercial tradicional e local vai acabar ou ficar relegado a segundo plano. Sem falar nas compras pela Internet a cada dia em maior volume.