domingo, novembro 03, 2013

Facebook e suas ameaças. Xô!

É bom que nós usuários (uns mais outros menos) deste instrumento (que alguns pensam que é neutro) saibamos (ou lembremos) como agem os possuidores deste instrumento mundo afora.

Na semana passada os representantes do Facebook no Brasil (onde ganham um bom dinheiro) reuniram alguns parlamentares dentro do Congresso Nacional para dizer que não aceitam a obrigação que o novo "Marco Civil da Internet no Brasil" (prestes a ser votado no legislativo) obrigue esta e outras empresas a terem no Brasil, os servidores que guardam as informações dos brasileiros que ali navegam e deixam seus registros.

Alegam que os custos disto inviabilizaria a manutenção da conta dos brasileiros. Fazer lobby é uma coisa, fazer ameaça e dentro do Congresso Nacional é outra coisa. Inadmissível por sinal.

Isto na prática é mais um exemplo, não mais relacionado à industrialização, daquilo que alguns estudiosos brasileiros (entre eles o Theotônio dos Santos), na década de 60/70, chamaram de Teoria de Dependência.

Numa relação que ainda hoje tentam manter de centro-periferia pretendem definir o modus-operandi, de nossas vidas de forma a nos mantermos subjugados. E olhem que tudo isto depois das sabidas práticas de espionagem em que estas empresas serviram de instrumento para o Estado americano.

Ameaçaram cancelar as contas dos brasileiros, como se isto pudesse ser o fim do mundo para nós. Se não aceitarem as nossas regras que levem o seu facebuqui para o... lugar que quiserem. Não viveremos melhor e nem pior, sem este veículo. Ou, pensando melhor, talvez até seja melhor mesmo.

Tempos estranhos, mas não muito diferentes daqueles de quase meio século atrás. Xô FB. Ou faz do jeito que nosso povo quer ou vá copiar dados dos outros em outros quintais.

12 comentários:

Anônimo disse...

Concordo.

Anônimo disse...

é muito esforço para não falar (não dar crédito) ao principal teórico da teoria da dependência, FERNANDO HENRIQUE CARDOSO. por quê?

Roberto Moraes disse...

Oh!?

Todos os teóricos do mundo inteiro fazem menção à Theotônio dos Santos e não a FHC que renegou o que escreveu. Ele mesmo fez isto.

Além do mais, depois de participar deste grupo junto com Theotônio, Vânia Bambirra, Rui Marini e Falleto, FHC optou pela chamada opção da "modernização" em que não mais questionava a "dependência" e sim defendia uma aliança com estes países centrais de forma a mesmo subjugado pudesse ficar com as migalhas.

Desconhecer isto sim é que é renegar a história. Aliás, como já disse, foi o próprio FHC quem renegou o que escreveu antes, como todos sabem.

Isto é fato histórico. É preciso querer conhecer e estudar tudo o que se seguiu depois, com os governos neoliberais de FHC.

Quem faz o relato histórico deste processo em acarta direta e aberta ao FHC que já publicamos aqui no blog é o própria Theotônio dos Santos:

http://www.robertomoraes.com.br/2013/07/uma-carta-aberta-fhc-de-theotonio-dos.html

Ou no blog do próprio:
A carta é de 25/10/2010

http://theotoniodossantos.blogspot.com.br/2010/10/carta-aberta-fernando-henrique-cardoso.html

Desconhecer os fatos é tergiversar sobre uma teoria e sobre tudo que dela se seguiu. Giovanni Arrighi (que morreu em 2009) em seu livro "A ilusão do desenvolvimento" editado em 1977 deixa tudo isto muito claro. Outro outro expoente que seguiu este debate foi Immanuel Wallerstein que diz textualmente que foi com a Teoria da Dependência que criou a concepção de "Sistema-Mundo" e faz questão de se referir a Theotônio dos Santos como o líder da Teoria que o permitiu aprofundar a análise sobre a instalação do sistema capitalista no mundo.

Outros teóricos como Samir Amin e Andre Gunder Frank (que morreu em 2005)fizeram a mesma referência. Aliás, relembraram isto de forma categórica no Seminário em agosto de 2003, sobre hegemonia e Contra-Hegemonia no sistema mundial contemporâneo, que foi considerado como a retomada do pensamento social latino-americano.

Aliás a partir disto tudo é que Theotônio dos Santos passou a ser o coordenador da cátedra sobre Economia Global da Unesco e das Nações Unidas que hoje coordena a REGGEN (Rede e Cátedra de Economia Global e Desenvolvimento Sustentável).

http://reggen.org.br

Qualquer esforço será pois em vão em tentar escrever a história de outra forma.

Anônimo disse...

Duvido que o Brasil possa obrigar o cidadão brasileiro a não ter conta num site estrangeiro. E se o fizesse, seria uma ação extremamente autoritaria.

O Facebook é mais uma invenção maravilhosa do capitalismo, que não nos foi imposta; nos a adotamos com gosto - que nem a Coca Cola, a calça jeans e o cinema.

Xô Facebook? Eles podem ir embora. O problema é a gente ficar em ele.

Roberto Moraes disse...

Misturou as coisas todas, mas sem deixar de tentar defender o indefensável.

Difícil para uns compreender o processo de dependência.

A colonização continua a produzir as mesmices de sempre.

Anônimo disse...

NÁO POSTAR.
Usava isso, mas saí. Faz parte da máquina da besta. É só ler Apocalipse e tudo fica claro. Que pena que muitos pensem que Apocalipse é alegórico. Até crente desinformado pensa. Mas está tudo escrito. A tecnologia é a serviço da besta.
Não tem escapatória, Roberto. Somos um simples número. Eles sabem tudo da gente. Essa questão de Estados Unidos surrupiarem o nosso povo, a começar do governo, é só o começo das tribulações. Quem está preparado? Te garanto que não são os evangélicos, mas sim os que amam Jesus de Verdade.

Anônimo disse...

o Facebook é indefensável? O que vc está fazendo lá, então? O que faz aqui, no Blogger, que é outro 'instrumento do capitalismo malvado'?

Poucas coisas contribuíram à liberdade de expressão individual como esses instrumentos (até ajudando a nos tirar a dependência informativa da mídia tradicional que tanto despreza) e agora quer mandá-los embora?

"Xô FB" é a renovação do velho e inútil "ianques go home" que a esquerda tanto gostava de gritar.

Anônimo disse...

O anônimo das 10:10 resumiu muito bem o pensamento esquerdista e a obsessão anti americana, embora sob a ótica religiosa, rs.



Roberto Moraes disse...

O mesmo anônimo que defendeu FHC quer misturar as coisas.

O debate não é ideológico, até poderia, mas, não é disto que a nota trata. Está bem claro no texto Xô as ameaças que fazem pretendendo influenciar nossas políticas públicas.

É disto que a nota trata de Políticas Públicas de interesse do país. A empresa querendo lucro e disposta a repassar informações ao Estado americano e a outras empresas faz o papel dela, nós temos que fazer o nosso. O que a nota diz de repito de forma clara é que não podemos sucumbir às ameaças em troca de instrumento.

Claro assim.

O resto, bom o resto é o mesmo de sempre.

Anônimo disse...

Professor este é o discurso de classe dominante (do Brasil) que aceita ser dominada e subordinada por qualquer dinheiro e quinquilharias.

Mente colonizada que aceita a tese vendida da superioridade eterna dos americanos mesmo decadente.

Anônimo disse...

roberto,

já te enviei um e-mail narrando que quando clico num link do seu blog abre uma página estranha. A primeira vez foi um golpe conhecido como "Mãe de Campos ganha 16 mil por mês". Agora, quando fui ler os comentários, fui direcionada para uma página de game de monstros, nem olhei direito porque saí rapidamente. Observe porque tem algo acontecendo.

Roberto Moraes disse...

Vou voltar a olhar a configuração que é onde instalam estas coisas.

Da outra vez retirei o contador.