sábado, novembro 09, 2013

Mídia corporativa sem rumo e quase sem exceção

O caso de O Globo é apenas mais um, entre os inúmero absurdos que os vários veículos da mídia corporativa brasileira no plano nacional, estadual ou regional/local vêm cometendo no dia-a-dia, sem escrúpulos.

Os absurdos são de tal ordem que comprometem tantos os profissionais sérios que atuam nestes veículos, como acabam por dar aos linchados, o direito da dúvida, mesmo em situações que não merecem.

Bom que a população possa ampliar sua capacidade de analisar todos os interesses envolvidos, tanto nas informações quanto em suas análises, já que todos sabemos que a neutralidade é um mito. Quem a advoga certamente esconde sempre más intenções por trás de sua defesa.

2 comentários:

Anônimo disse...

Roberto,

Interessante que esse fato é da maior gravidade com relação a democracia e instituições .
Entretanto ninguém se preocupa com a sua devida importância.
Parece que o brasil é uma imensa fazenda(fazendeiros) com gado sendo tocado...pra lá e pra cá !

Anônimo disse...

Professor Roberto, concordo com o senhor. Ainda tem a "propriedade cruzada", abordada no texto de Alexandre Figueredo, no Blog Mingau de Aço.
Venício A. de Lima, autor do brilhante livro Liberdade de Expressão X Liberdade de Imprensa, nos fala do problema da "propriedade cruzada", que é a ampliação de propriedade dos grandes grupos de mídia em várias modalidades dos meios de comunicação, como TVs, rádios, jornais, revistas e até portais de Internet.

Em outras palavras, é quando um grupo de comunicação passa a ter não somente uma quantidade abusiva de emissoras de TV e rádio e jornais sob seu controle no território nacional, mas também participação necessariamente em todas as modalidades da mídia. Ou seja, a grande corporação midiática está presente em TV, rádio, jornal, Internet, e estabelece uma rede de transmissão ou distribuição que envolve praticamente todo o território nacional, num alcance e projeção dominantes.

Venício, assim como Fábio Konder Comparato, Laurindo Leal Filho, Eduardo Guimarães, Altamiro Borges e outros, já escreveram textos sobre o perigo da propriedade cruzada, que se mostra a afirmação do poder da mídia dominante, em detrimento à real democratização da Comunicação. E discutem meios de minimizar os efeitos nocivos, como a defesa de leis e órgãos que regulassem a comunicação no Brasil, existindo até uma conferência anual para debater problemas e soluções, a Confecom.

Esse empenho é ironizado e ridicularizado pela grande mídia, evidentemente. Um colunista de O Estado de São Paulo chamou as discussões sobre propriedade cruzada de "obsoletas". Os porta-vozes da imprensa dominante insistem em dizer que as propostas de regulamentação da mídia são "perigosas ameaças à liberdade de imprensa no país".

Em esclarecimentos precisos, Venício A. de Lima, no seu livro, cita que a regulamentação da mídia é algo que acontece em muitas democracias do Primeiro Mundo e que não se trata de uma ameaça à liberdade de imprensa, mas sim um meio, democrático e constitucional, para evitar que abusos cometidos pelos veículos da grande mídia, seus profissionais e donos, sejam cometidos, sejam eles na veiculação de notícias, sejam no patrimônio de seus empresários.
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