segunda-feira, outubro 07, 2013

OHL faturou com os lucros dos pedágios antes de repassar concessão da BR-101 para a Abertis

A transação entre duas empresas espanholas (OHL e Abertis) pode ter permitido à primeira concessionaria da BR-101 em nossa região sair com R$ 310 milhões de lucros de pedágio, nas 5 concessões que possuía (4 além do nosso trecho da BR-101).

Uma matéria na Folha Online (aqui) diz que a concessionária tirou lucros, mesmo sem entregar obras, antes de transferir a concessão:

"A OHL, que venceu cinco concessões de rodovias no Brasil em 2007 e não cumpriu as obras no prazo, retirou R$ 310 milhões do lucro de pedágio antes de vender a empresa e deixar o país.

Levantamento feito pela Folha aponta que a espanhola antecipou o pagamento de dividendos do lucro obtido no país e aumentou o repasse previsto inicialmente no acordo entre os sócios.

A OHL Brasil era uma companhia com ações na Bolsa, 60% delas em poder da controladora espanhola e o restante dividido entre bancos e fundos de investimento.

Ela possuía cinco concessões do governo federal, iniciadas em 2008, e quatro do governo de São Paulo, iniciadas entre 2001 e 2006. Cada concessão repassava lucros ou prejuízos para a OHL."


Mais detalhes da matéria clique aqui.

Seria interessante que a Assessoria de Imprensa da OHL ou da Abertis pudessem explicar a questão. Entre ações, dividendos, faturamentos e impostos devidos é que moram os segredos do setor privado. 




6 comentários:

Anônimo disse...

Essa informação serve para acabar com essa história de que rodovia tem que ser privatizada.

Afinal, o que tem demais em se fazer uma estrada e em mantê-la? É uma obra de construção civil que não requer maiores dificuldades. Apenas recursos (que o governo tem) e seriedade.

Governo que opta por privatizar estradas está assumindo sua incompetência nessa área. E não é só o atual governo, essa ideia vem de governos anteriores e que o atual assumiu.

Se o Governo não tivesse privatizado a 101 e se dispusesse a fazer as obras necessárias, elas já estariam concluídas.

Muitas mortes teriam sido evitadas e o desenvolvimento da região não estaria travado com os gargalos das estradas.

A 101 foi privatizada em 2008, até agora nada de duplicação foi concluído, e o povo pagando pedágios.

Anônimo disse...

a politica ambiental contribuiu muito para esse lucro. o IBAMA demorou muito para conceder as licenças. os ambientalistas de plantão ficam criando uma série de barreiras. a OHL arrecadou, lucrou e caiu fora. resta saber se isso tudo foi proposital ou foi ignorância mesmo.

Anônimo disse...

Me permito discordar do Anônimo das 4:45 PM. Esta historinha de colocar a culpa nos órgão ambientais não cola. Serve apenas aos interesses da Concessionária. O grande nó cego está no modelo desta privatização. Foi o primeiro do governo Lula, e como quase tudo que se faz primeiro, cheio de erros. E reconhecidos pelo próprio governo.
No PER (Programa de Exploração da Rodovia) há tantas variáveis e brechas que alteram o cronograma e as condições de exploração, que inviabiliza o acompanhamento pela sociedade das obrigações da empresa. Não é à toa que ninguem sabe o que é para ser feito, até quando.
Existem parâmetros e "gatilhos" que estão relacionados ao volume de tráfego e a uma infinidade de normas, sobretudo inglesas, que permite à Concessionária várias saídas legais para a dilatação dos prazos da obra.
Foi uma erro. É um erro. E temos que conviver com ele, ou então vamos "rasgar contratos" e fazer valer a prevalência do público sobre o privado. É uma saída. Quem quer bancar?

Anônimo disse...

A questão ambiental contribuiu sim para o lucro da concessionária.
Pelo contrato de concessão, o trecho entre Rio Bonito e Rio Dourado teria que ser duplicado em três anos a partir da concessão, em 2008. Ou seja, teria que ser concluído em 2011. Ocorre que por falta de licença do IBAMA, somente agora as obras poderão ser iniciadas.
Ora, se dependia de tamanho tempo para a licença ambiental, por que fixaram o prazo de 3 anos no contrato de concessão?
Foi um engodo! Enganaram a população!
Todos pagaram pedágios desde o início da concessão e a duplicação não se iniciou.

Anônimo disse...

Não tem necessariamente que romper contratos. Se realmente quiser resolver a situação, rescinde o contrato e indeniza a concessionária. Se é que isso é necessário, pois deve-se apurar porque a OHL não cumpriu a sua parte.

Mendel disse...

Esperta foi a OHL, que veio ao Brasil, arrendou meia dúzia de privatizações, ganhou dinheiro com a expropriação alheia e se mandou com o lucro.

Esperto é o gato que já nasce de bigode.