segunda-feira, junho 04, 2012

42% dos alunos de Ensino Médio estudam à noite

Nenhum país do mundo tem tantos alunos estudando à noite quanto o Brasil. Esta informação que me foi passada, há quase duas décadas, nunca me saiu da cabeça.

Sabe-se que o fato, se de um lado, aponta inclusão social, àqueles que precisam trabalhar para se sustentar ou para ajudar no orçamento familiar, de outro, aponta a diferença de classes e de condições de aprendizagem que se oferece aos jovens brasileiros.

O percentual atual de 42 % foi apontado pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) é complementado pela informação de que, enquanto estes alunos frequentam 4 horas de escola por dia, os jovens na maioria dos países da OCDE e também na Ásia Oriental, têm uma jornada de estudos  de 7 horas diárias.

No curto prazo há que se esforçar para compensar as diferenças e buscar a qualidade da formação com metodologias alternativas e o uso da experiência laboral na construção do aprendizado, como já sugeriu Paulo Freire.

Porém, não há como fazer milagres, por isto, no médio prazo é preciso ampliar as alternativas para que os alunos tenham mais tempo para estudo e leituras. 

Para isto, a solução das bolsas para alunos de baixa renda, são uma alternativa real e prática para a dedicação ao estudo nesta etapa ainda básica da escolarização dos jovens brasileiros.

No entando, não se pode deixar de lado, a necessidade de organização e aperfeiçoamento do ensino médio brasileiro, ainda cheio de problemas e desafios como o da inexistência de laborátórios, bibliotecas e de programas de formação e atualziação dos professores que auxiliem na busca destas altrternativas metodológicas.

Sem isso, de nada, ou pouco servirá a elevação média da escolaridade do brasileiro. Os trabalhadores  brasileiros de renda mais baixa são exatamente os que têm mais necessidade da escolaridade e da formação profissional para avançar na pirâmide social.

Nenhum comentário: