sábado, maio 16, 2015

O resultado do 1º trimestre da Petrobras é extraordinário em todas as dimensões!

Os resultados do 1º trimestre da Petrobras são extraordinários em toda e qualquer dimensão que se analise. Eles se dão muito mais pela produção que pelo consumo. A produtividade alta do pré-sal, muito acima de toda e qualquer expectativa é a principal explicação. O cenário adiante tem ainda melhor expectativa.

Não se pode deixar de considerar que um lucro de R$ 5,33 bi, quase igual ao do mesmo período do ano passado, superior a de todas, repito, todas as petrolíferas mundiais, se explicam pela produção. Também não se deve deixar de recordar que é um resultado praticamente igual ao do mesmo período de 2014, quando foi R$ 5,39, sem os problemas da Lava Jato e com o petróleo praticamente no dobro do preço atual. Ouso dizer que raríssimas empresas do mundo sofreriam tamanho ataque e manteria um lucro de R$ 5,3 bi num trimestre. Ele aponta para um lucro anual em torno de R$ 23 bilhões a R$ 25 bilhões. Isto não são detalhes.

Produzir até 40 mil barris num único poço e ter um custo de produção de US$ 9/por barril, mesmo a quase 5 mil metros de profundidade e distante mais de 200 km da costa até há alguns meses era um cenário tido como absolutamente impossível. Isto não é um detalhe.

Isto é tecnologia, decisão política e, especialmente, a dedicação dos trabalhadores do sistema Petrobras. Eles são os heróis do petróleo. Este resultado magnífico é a demonstração que o "principal ativo" da Petrobras são seus trabalhadores. Isto também não é qualquer coisas. Hoje trabalhadores offshore da região que ganharam expertise, estão sendo levados para atuar em outros mares do mundo: Angola, Tailândia, Mar de Barents, etc. pelo que aqui aprenderam. Isto também não é detalhe.

Quanto aos preços dos combustíveis no mercado interno, com estes novos dados, eu fico ainda mais convicto de que esta política é uma solução excelente e acertada. E só poderia ser feita mesmo, por uma petrolífera estatal. Veja que quando o petróleo estava com o preço estava lá encima, queriam que aumentasse de todo o jeito para melhor remunerar seus acionistas, porque é um empresa de economia mista. É compreensível esta posição. Agora que o preço é considerado alto, para o atual preço do barril, ele vem sendo, por ora, mantido. Observe que na média, eles devem se equivaler ao longo do tempo. Então é possível ver que a solução encontrada de uma política de preço com visão de prazo mais longa, dá equilíbrio e estabilidade à economia. Isto não é qualquer coisa. Isto também não são detalhes.

Os governos e as empresas controladas por ele têm o dever de olhar a nação e não apenas, os interesses de investidores. Neste próximo trimestre a produção deve aumentar um pouco. assim, mesmo que o consumo tenha mais alguma redução de demanda, a conta pode se equilibrar. Este resultado já está tendo repercussão em todo o mundo. Ao contrário do que falavam até há alguns dias, a empresa é altamente rentável. Temos hoje uma das maiores fronteiras de exploração de petróleo no mundo com altíssima produtividade. Os preços do barril agora, já no meio do segundo trimestre (maio), em torno de US$ 65, são quase 30% acima do que estavam no final do 1º trimestre, cujo lucro de R$ 5,33 bi foi anunciado ontem. Isto também não são detalhes.

A governança se estabilizou e ganha crédito depois dos problemas de gestão. Os que apostaram contra a empresa perderam. Na segunda-feira as ações da Petrobras vão subir mais. Os riscos da empresa se reduziram muito. Assim, os créditos serão com juros bem mais baixos, o que permite a retomada dos projetos do PGN (2015-2019) que devem ser anunciados em cerca de quinze dias. Os que apostaram contra a empresa perderam. Na 2ª feira as ações da Petrobras vão subir mais. Assim, o cenário é de muito trabalho, mas, de muito otimismo. Isto não são detalhes.

Há muito trabalho pela frente, muita ousadia, mas aqueles que torceram e trabalharam contra a empresa, querendo dividi-la para vender, certamente estão tristes, porque seus argumentos, perderam força diante da realidade que aniquilou a retórica de quem tem a mente colonizada e permanece a defender a negociação de nossa dependência.

A Petrobras é simbólica para demostrar a possibilidade de um projeto não subordinado e independente, atuando em articulação com a Economia Global, mas atuando de forma cada vez mais soberana. Insisto em dizer que isto não é qualquer coisa. Especialmente para aqueles que estudam o nosso desenvolvimento, as Políticas Públicas e a nossa relação com o mundo. Portanto, que sigamos em frente trabalhando nesta boa direção.

11 comentários:

Anônimo disse...

Professor, concordei com quase todo o texto, a excessão é o trecho que comenta "...as ações subirão mais na segunda-feira..". O mercado até guarda uma boa relação entre preço da ação e lucro, no entanto, há outros (importantes) fatores relevantes que devem ser considerados na análise de precificação. De sorte, que seria mais prudente aguardar o desenrolar dos dias pra conferir se dentro da precificação atual os números obtidos (não só o lucro) estão acima ou abaixo da expectativa.

Sds,

Manoel

douglas da mata disse...

É isso que está em jogo...

Todo os sistema capitalista mundial se estrutura em cima de fraudes, caixas dois, e compra de apoio político.

Seja a Alstom, seja a Siemens, seja a Halliburton ou qualquer outra.

Negócios privados misturados com decisões estatais, compras e chutes na canela do concorrente.

Por trás da hipocrisia e do oportunismo oposicionista e dos canalhas-abutres da mídia, associados aos torquemadas do judiciário (loucos por holofotes e protagonismo), está o capital segurando as cordas.

A Petrobrás sofreu o maior ataque que uma empresa poderia, e não pelos casos de fraude (que devem ser rigorosamente apurados, e não expostos como um circo), mas sim pelo que ela representa, e por sua importância para um país como o nosso.

Seria bom ouvir os cretinos-beócios que pululam por aqui falarem algo sobre estes resultados.

E mais, sobre o que vai além destes resultados, ou seja: se no tsunnami a empresa flutuou e foi em frente, imagine com ambiente calmo?

Não passarão, definitivamente, não passarão...!

Roberto Moraes disse...

Claro Manoel,

EU não disse, apesar de sua dedução, que as ações subirão pelo anúncio do lucro. Não sou acionista e menos ainda investidor, mas sei que nesse campo outras leituras e às vezes especulações valem menos que o real. Trabalha-se na maioria dos casos com análises dos fenômenos (para não precisarmos tratar da especulação ignóbil). E é exatamente sobre esse que o anúncio do lucro traz embutido um conjunto de outras e primeiras leituras que possuem uma extraordinária dimensão (título da nota) de fazer com que as pessoas avaliem a empresa, seus ativos (físicos e de pessoal), sua capacidade de enfrentar por dentro e por fora o "saculejo" que levou de especuladores, da mídia comercial interna e externa, de novo questionamento sobre suas capacidades, não apenas de produção, do resultado x os baixos preço da commodity petróleo e, ainda assim, mostrar e entregar este resultado.

Evidente que parte do valor da ação que chegou (se não estou enganado a oito ou nove reais) já foi recuperado para perto dos 15, assim, a margem agora é menor. Especuladores conhecidos ajudaram a pressionar e levar o preço para baixo e agora faturar.

Insisto que a aposta da Arábia Saudita contra as novas fronteiras exploratórias eram grandes. O executivo chefe de um dos maiores bancos de investimento europeus, disse que a principal aposta era contra o Brasil e não contra o óleo e o gás de xisto americano (shale-oil e shale gas) e sim contra o pré-sal brasileiro. Eles apostaram que com o óleo a US$ 50 o pré-sal seria suspenso.

Pois então é diante de tudo isso, com o petróleo a US$ 50 que a Petrobras, enfrentando os vendilhões da Lava Jato e da mídia comercial mostrou a sua força. Não é por outro motivo que o CEO da Shell veio ao Brasil dizer que quer ser aliado da Petrobras e aqui produzir até 2020, 550 mil barris por dia, ao decidir fazer a primeira compra de outra empresa (como fez há pouco mais de duas semanas, ao adquirir o grupo britânico BG, pelos seus ativos no Brasil) de sua história de uma das maiores petroleiras do mundo, a agora anglo holandesa, Shell.

É preciso ler as variadas questões que circundam o anúncio do lucro para saber que a estatal é hoje muito mais forte que ontem. O percentual de aumento da ação como disse será menor, porque ele já não está mais de forma irreal tão baixo quanto antes, mas, qualitativamente, mais significativo.

Vamos conferir. Não tenho dúvidas que muitos estão tristes pelas apostas que fizeram, mas a nação parece seguir mais forte para enfrentar o jogo pesado da geopolítica da energia, da qual somos partes, para o bem, ou para o mal.

Anônimo disse...

Lucro de 5 bi? Não fez mais do que a sua obrigação. Empresa de petróleo estatal com monopólio num país de dimensões continentais não pode nunca dar prejuízos.

Roberto Moraes disse...

Falam bobagem demais.

É preciso estudar e conhecer um pouco mais a realidade, ao dizer que é obrigação.

Primeiro é que hoje não há mais monopólio estatal de petróleo. No último relatório mensal de produção da ANP, se vê uma lista de mais de 20 empresas petrolíferas estrangeiras atuando no Brasil. Alás, a Shell pagou quase US$ 5 bi para comprar os ativos da ingelsa BP, especialmente pelo potencial desta no Brasil, onde hoje produz 137 mil barris por dia.

É possível ainda ver o desempenho da Pemex estatal petrolífera do México, outro grande produtor mundial que está sendo fatiada, bem ao gosto do "mercado" para ser vendida.

Para este mesmo período (1º trimestre de 2015) a Pemex teve um prejuízo de US$ 6,5 bilhões.

Maria Helena disse...

Oi, professor (ex). Rs. Saudades. Não vou comentar, apenas agradecer a sua contribuição para a sociedade, leiga em relação a esses assuntos, que envolvem economia, política e poder. Um abraço. Que a Petrobras possa mostrar a força do povo brasileiro, tão trabalhador e tão sofrido.

Anônimo disse...

O resultado vai ficar ainda melhor,para a Petrobras, quando a justiça, determinar, que o PT, devolva, aos cofres dessa mega empresa( Petrobras), os bilhões de reais, furtados, através de seus políricos.

Anônimo disse...

Parabéns pela lucidez das palavras.
Ler alguns comentários ainda me assusta. A sensação é como ouvir um ignorante ao megafone.
Porém, sei quanto nossos novos meios de comunicação e debate são importantes, pois no fim, o tempo se encarrega de deixar todos nós cada vez mais esclarecidos.

Sds,

Márcio

Anônimo disse...

O debate é importante sim. Mas o blogueiro deveria deixar claro para os demais leitores que ele não publica todos os comentários, costuma, frequentemente,não publicar os comentários que o contra argumentam e que contra argumentam, por exemplo, o Chacal (Douglas). Falta lealdade com os leitores.

Roberto Moraes disse...

Esta conversa do comentarista é a mesma do plim-plim, rasa.

Os comentários estão aí, ao contrário do que acontece no jornal em que ele se baseia para formular a opinião que pensa que é dele.

Só não vai é querer determinar que eu tenho que fazer isto imediatamente no tempo que ele deseja.

As ideias dele já estão todos os dias na mídia comercial, jornais e revistas. Aqui se pretende ter um debate diverso deste mais denso e não a mesma conversa que o conteúdo da nota mostrou que é uma conversa fiada para se apropriar da empresa de petróleo, uma das maiores do mundo.

douglas da mata disse...

Ô gente ciumenta. Roberto, meu amigo, depois da defesa da tese, tire um tempo para levar os pequenos beócios para passear...

Dê-lhes um pouco de atenção, jogue a bolinha para que possam buscar, essas coisas...

Senão ficam chorando aqui no blog.