terça-feira, maio 12, 2015

Problemas na exportação de minério de ferro pelo Porto do Açu

O blog trouxe em nota aqui neste espaço hoje, informações sobre custos de extração e logística de transporte e exportação de minério de ferro, através da Anglo American, e pela sua "joint-venture" Ferroport, junto com a empresa controladora do Porto do Açu, a Prumo Logística Global S.A.

A partir das informações da nota, o blog fez contatos com suas fontes. As mesmas que no início de abril (04/04/2015) informou aqui sobre a paralisação do sistema de beneficiamento e filtragem da pasta de minério vinda do interior mineiro, pelo Sistema Minas-Rio, por conta de problemas operacionais.

A empresa logo depois em nota informou que se tratava de manutenção programada que este blog não confirmou, tendo obtido nova informação que se tratava de problemas operacionais no sistema.

Por conta disso alguns carregamentos foram atrasados. O problema vem persistindo segundo estas novas informações, como alterações de bombeamento e outro de paralisia do transporte de minério pelo mineroduto.

Assim, essa seria e explicação para o preço de produção e transporte do minério do Sistema Minas-Rio de US$ 60 por tonelada informada ontem aqui pelo presidente da Anglo no Brasil.

As informações apuradas pelo blog são que as dificuldades persistem. Assim, o pátio de estocagem pós-recebimento do minério, filtragem e secagem para posterior embarque nas esteiras rolantes que levam o minério até os navios.
Foto de arquivo da área de estoque de minério depois 
de processamento junto ao Porto do Açu

Assim, os navios que fazem os transportes têm esperado mais que o tempo normal, o que está encarecendo os gastos pelo frete, em função da cobrança dos dias que os navios guardam par ao embarque pelo Porto do Açu.

A mesma fonte diz que outras alternativas já chegaram a ser estudadas pela Ferroport (Anglo American + Prumo) para que os prazos de carregamento dos navios sejam cumpridos e a meta anual de embarque seja também alcançada.

ma destas hipóteses levantadas seria a se trazer parte da carga de minério em grandes caminhões, chamados de "bi-trem" desde a mina, no município de Conceição de Mato Dentro, MG, até o porto do Açu, no litoral do Norte Fluminense.

A presença de navios fundeados em frente ao Porto do Açu, aguardando carregamento é confirmada por várias fontes e pode ser também atestada nos sites abertos e especializados que fazem acompanhamento sobre movimentação de navios e funcionamento dos terminais portuários.

É evidente que o transporte em caminhões é muito mais caro e oneroso que o transporte pelo mineroduto, porém, os custos com navios parados são grandes, uma espécie de dinheiro jogado fora. Imaginem agora o impacto de tudo isso diante de um preço desta commodity (minério de ferro) atualmente, na faixa dos US$ 55.

O blog se coloca à disposição para ouvir o que as empresas Anglo American, Prumo  e Ferroport têm a dizer sobre esta questão que é conhecida por quem está acompanhando de perto a movimentação do setor.

PS.: Atualizado às 16:16: O último navio "Enterprise" que saiu hoje (foto ao lado) ficou atacado cerca de dez dias carregando, quando o normal seriam 3/4 dias. Isso, sem considerar o tempo que o navio graneleiro teve aguardar fundeado nas proximidades do Terminal do Porto do Açu.

Esses fatos somam para aumentar o preço do minério de ferro do Sistema Minas-Rio, dificultando sua competitividade neste momento de baixos preços no mercado internacional.

Um comentário:

Anônimo disse...

Prezado Roberto Moraes, não fosse dito por você diria que é piada: trazer minério de bi-trem de Conceição do Mato Dentro até o Porto Açu, como alternativa viável para superar os problemas operacionais de mineroduto, desaguador, estoques e carregamento dos pequenos navios Panamax de 70 mil toneladas, não o VALEMAX de 380 mil toneladas tão decantados para o Superporto Açu com calado de 26 metros é um fracasso total. Não é possível imaginar 10.000 caminhões trafegando por rodovias já complicadas e passando por dentro de cidades até chegar ao Porto. É uma pena, pois a Anglo, malgrado os problemas de compra supervalorizada das concessões de Eike Batista e as liberações das licenças da mina, mineroduto e as do porto, em curto prazo implantou um projeto que não pode parar. Pesquise mais este tema dos motivos de navios pequenos para embarque (será que o canal aberto já está assoreado? e não dá mais calado!); qual o problema na alimentação, no transporte, na chegada e no carregamento destes pequenos navios e a demora no despacho. Qual o custo FOB do minério e CIF? Um abraço Everaldo Gonçalves.