quarta-feira, outubro 09, 2013

No Rio, o estranho não é o sumiço das vigas e sim, toda a perimetral

Engraçado ou estranho.

A mídia corporativa do estado julga inacreditável o desaparecimento de seis vigas, pesando cerca de 20 toneladas cada, que sustentavam rampas do Elevado da Perimetral. Como ferro velho custariam milhões. Porém, a mídia não estranha e não questiona a decisão da demolição do Elevado para o detalhamento da urbanização da orla, na zona portuária, a um custo de R$ 8 bilhões. Certamente, a obra tornará a região de um lado bonita, mas também rentável para o setor imobiliário. 

8 comentários:

Anônimo disse...

A derrubada da Perimetral será um dos maiores absurdos deste país!

Incrível como a população não está reagindo. Em troca de uma suposta beleza, vão destruir uma via urbana fundamental.

Na verdade, a vista que se tem da Baía de Guanabara é quando se está no Viaduto da Perimetral, do alto. No nível do solo, não se terá paisagem alguma da baía, pois os armazéns do Porto continuarão lá.

Espero que esse sumiço das vigas acorde o povo carioca para a grande insensatez que querem fazer derrubando a Perimetral.

Anônimo disse...

Quem de fato irá se beneficiar com essa mega valorização depois do "investimento" de R$ 8 bi nessa área? O Rio tem tantos problemas maiores do que deixar uma orla para poluída Baia. É, nossos políticos sempre usando o poder a eles delegado em causa própria e da elite. Vergonha nacional.

Anônimo disse...

"A derrubada da Perimetral será um dos maiores absurdos deste país!"
Desculpe, mas é uma das construções mais ridículas do Rio de Janeiro, elimina a visão de pontos interessantes da cidade.
Deve-se priorizar as pessoas e espaços de convivência e não automóveis...é um elevado asfixiante para quem passa por baixo.

Roberto Moraes disse...

Bonito ou feito em meio às discussões de prioridade e a um custo de R$ 8 bilhões não pode deixar de ser estranho, ou então, estamos vivendo mesmo em um mundo louco.

Anônimo disse...

Imaginem só como vai ficar sufocado os veículos que vão passar por baixo nos futuros túneis, o sistema de ventilação terá que ser muito bom, um congestionamento lá embaixo será sufocante e com dióxido de carbono.

Concordo com o Roberto, a questão não é que vai ficar mais ou menos bonito, é derrubar uma obra de milhões de reais, gastar mais bilhões e com tantas outras prioridades.

Quantas casas foram entregues na região serrana até hoje? RJ tão bonito e tão mal governado.

Anônimo disse...

O anônimo das 10:40 não deve conhecer o Rio, ou se conhece, só deve ir de avião e descer no Santos Dumont.

Se tivesse que encarar diariamente o trajeto da Perimetral/Rodrigues Alves, não teria falado o absurdo que falou.

Ora, a Perimetral é que desafoga o trânsito na região. Querem substituí-la por um túnel subterrâneo com cerca de 3 km. Estudos já divulgados não garantem que o túnel dará a mesma vazão ao tráfego. Aquela região nunca deixará de ser um também um ponto de passagem

E, como dito, o túnel será subterrâneo, abaixo do nível do mar e beirando o mar (da baía). Não se deve esquecer que quando chove forte no Rio, muitas vezes o mergulhão da Praça XV (que também é abaixo do nível do mar) alaga. Nas chuvas do início do ano, numa chuva forte até na Estação Sanz Penna do Metrô entrou água. O que garante que o túnel de 3 km não ficará sujeito a alagamentos?


O correto é manter a Perimetral, a nova avenida que está sendo construída (a Binário) e manter a Rodrigues Alves co mo está). Esta medida desafogaria por completo o tráfego da região.

Quanto à vista? A única vista que se tem é quando se está por cima, na Perimetral. Da Av. Rodrigues Alves não se vê nada, porque existem os armazéns do Porto, que continuarão lá.

Na verdade, até a competitividade do Porto do Rio de Janeiro poderá ficar comprometida. Porto gera empregos e desenvolvimento! Em troca de que? de uma vista, ou ambiência que de fato não existirá?

douglas da mata disse...

É engraçado como a "coerência" aderna ao sabor dos ventos (financeiros):

Antes, faça-se o monstro de concreto!

Pois bem, feito o monstro (com zilhões de dinheiro público), passa-se a sua incorporação a paisagem, mistura de teoria do fato consumado com mal necessário.

E agora, mudou o vento(o interesse), muda o argumento, e ponha-se abaixo o monstro em nome da paisagem...E mais dinheiro público pelo ralo!

Putz, Roberto, até quando você vai continuar a jogar pérolas a estes porcos?

Mendel disse...

Como paulista que mora no Rio durante a semana por conta do trabalho e que escolheu fixar residência em Campos por conta de uma campista acho que posso pontuar algumas posições sobre o tema:

1 - É certo que o Rio como cidade está cada vez mais vibrante, mais ativo. Porém causa me causa um grande estranhamento verificar que as obras que estão sendo executadas não levam em consideração a condição geográfica da cidade, espremida entre o mar e as montanhas. Como exemplo cito o episódio de demora/atraso de cerca de 2 horas para que o ônibus da "1001 Linhas Aéreas" pudesse alcançar a Rodoviária Novo Rio, que fica no epicentro do olho do furacão (a presente hipérbole foi pensada) numa sexta-feira;

2 - Em SP também existe algo tão feio e funcional quanto a Perimetral, o Elevado Costa e Silva (popular Minhocão), cujo qual há uma grande controvérsia, assim como no caso da Perimetral. Isso surgiu há cerca de 10 anos atrás e até hoje nenhum gestor público conseguiu definir;

3 - Na complicada equação custo/benefício de obras públicas há de se levar em consideração a evolução das conurbações urbanas pois é evidente que o Rio de hoje não é o mesmo de quase 40 atrás quando construíram a Perimetral;

4 - Não estou aqui defendendo a manutenção ou a derrubada da obra que funciona como tronco coletor e dispersor do enorme fluxo viário do Grande Rio, mas a decisão tomada para sua remoção foi uma das bases das outras idéias que vieram a reboque: reurbanização da zona portuária, investimentos privados e etc.

5 - Em tempo: Considero Sérgio Cabral e Eduardo Paes dois péssimos políticos, assim como outros da planície cujos quais me reservo o direito de não identificar nominalmente para não iniciar um debate "apaixonante" sobre criaturas menores.