sexta-feira, junho 08, 2012

Contradições no Açu?

Na linha limítrofe do megaempreendimento do Açu que vai exigir milhares de trabalhadores qualificados, a Escola Municipal Manoel F. de Almeida está fechada. Há quatro ou cinco anos, por coincidência, o período em que se iniciou as obras do chamado Superporto do Açu, ela teve suas atividades interrompidas por falta de alunos.

Segundo as estimativas até 2020 serão 50 mil empregos. A escola Manoel F. Almeida segundo as informações, apesar de todas as informações sobre o "futuro" adensamento populacional continua fechada por falta de alunos. Sabe-se que outra escola municipal na localidade está sendo ampliada, mas, diante do cenário que aponta um grande crescimento populacional na região fica difícil compreender o abandono das instalações, considerando que do outro lado da escola está sendo instalado o estaleiro da OSX.

A escola, como pode ser vista na foto acima, sofre também as cheias que alaga toda a localidade que fica fora da área do porto e do Distrito Industrial de São João da Barra (veja a 2ª foto ao lado) que está sendo toda aterrada com areia do fundo do mar que está sendo dragado para a viabilização do canal de aproximação aos dois terminais (TX-1 o offsshore e TX-2 o onshore) cujo acesso tem projeto de chegar a 26 metros de profundidade. É o chamado aterro hidráulico. 

Os moradores da Barra do Açu, ou Vila do Açu, temem que mesmo com os projetos de dragagem a localidade seja atingida por cheias decorrentes das chuvas e do alagamento do solo que possui um alto lençol freático. 

Eles se perguntam, se as áreas dos empreendimentos estão sendo aterrados, mesmo com os projetos de drenagem do PAC, tudo que ficar de fora do aterro sofre riscos de inundação.

Que sejam explicadas estas contradições:
1)      Escola fechada e necessidade de qualificação profissional;
2)      Aterro para o empreendimento e riscos para a população da localidade que sedia um dos maiores empreendimentos das Américas.

Um comentário:

denis disse...

Sem dúvida Roberto, como morador só tenho a agradecer pelo destaque que tem dado as comunidades ao entorno do empreendimento, sempre levantando assuntos que deveriam ser mais discutidos juntos a sociedade e poder público. É de conhecimento de todos que pouca coisa mudou em Açu, Mato Escuro, Água Preta, Sabonete e outras comunidades no entorno do DISJB, com raras exceções de obras pontuais e muito tímidas, se compararmos com o crescimento da arrecadação municipal nos últimos anos. A baixa qualidade do ensino básico e a falta de qualificação profissional são desafios grandes ainda pouco enfrentados. Gostaria de ressaltar que a escola municipal do Açu encontra-se em reforma e ampliação a mais de 2 anos e certamente quando terminada não será capaz de comportar a demanda da localidade, precisamos de uma variedade de cursos técnicos e profissionalizantes contínuos.
Em relação a drenagem é um outro grande problema, com as chuvas recentes alguns pontos dos canais de drenagem feito no entorno do estaleiro até transbordaram, o que demonstra que há de se pensar em um sistema para a localidade, em especial a da Praia do Açu.
As estradas são outro problema a parte, que só agora a LLX e não a prefeitura pretende resolver com a construção de cerca de 35 km de pavimentação asfáltica... São coisas básicas que já deveriam estarem prontas, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos atuais moradores e atrair mais pessoas para as localidades. Há de se pensar em formas de entretenimento (como praças funcionais, academias populares, atividades para melhor idade e para nossos jovens...).
Enfim, ainda somos uma cidade pequena e com uma ótima arrecadação, em pouco tempo esse quadro poderá se inverter, com um aumento demasiado de pessoas e uma arrecadação per capita menor, como iremos enfrentar esses problemas?!