domingo, agosto 26, 2012

"A praga do "pensamento único"

O título acima é belíssimo artigo Claudio Bernabucci publicado aqui na Carta Capital. Ele faz uma breve, mas profunda análise de como o pensamento neoliberal ganhou força mundo afora e o papel que a velha (grande) mídia teve e continua a ter neste processo, no mundo e também no Brasil. Vale a sua leitura. Abaixo o blog transcreve trechos do interessante artigo:

"Sofisticados instrumentos teóricos e culturais permitiram a esta nova ideologia eliminar qualquer resistência e crítica significativas, a ponto de se configurar como um “pensamento único”. Só recentemente, diante dos graves escândalos no coração do sistema, este primado começou a ser posto em discussão de forma incisiva..."

Vale a pena reiterar que estamos assistindo a uma autêntica guerra global dentro do sistema capitalista, da qual o neoliberalismo sairá derrotado ou vencedor. No último caso, podemos estar certos: o que resta da democracia no planeta estaria seriamente comprometido. Neste quadro, a circulação das ideias em escala planetária é fundamental para a definição do resultado. Somente por meio da difusão de pensamentos plurais e antitéticos ao dominante, poderão ser conquistadas as mentes e os corações habilitados a criar uma nova civilização para superar as injustiças de um mundo onde minorias não eleitas decidem o destino de bilhões de seres humanos...

A livre difusão da internet – com a grave exceção da China –, apesar de limitada, permite uma informação de baixo para cima que tem aberto brechas importantes no monólito do pensamento único. Os jornais independentes sempre foram minoria e, na chamada grande imprensa, as vozes autônomas são escassas, relegadas aos espaços de debates: espécie de reserva indígena-intelectual, que visa demonstrar o pluralismo de um jornal, enquanto a informação transmitida em todas as outras páginas defende pura e simplesmente a ordem existente...

...A situação da mídia brasileira cabe perfeitamente neste quadro, com algum agravante. O “pensamento único” da chamada grande imprensa é bem mais extenso aqui do que em outros países de democracia madura. A esse aspecto acrescenta-se um partidarismo acentuado, unilateralmente antigovernamental, que contrasta com uma concepção da informação como serviço pluralista à cidadania. O governo brasileiro não pode ser isento de críticas, mas o mérito de ser um dos poucos no mundo que na última década conseguiram crescimento econômico e diminuição das desigualdades, deveria ser reconhecido em homenagem aos fatos..."

Um comentário:

Blog Católico do Leniéverson disse...

Caríssimo professor Roberto Moraes, me permita fazer uma série de discordâncias:
A primeira delas, é que não vejo nada de belo no texto, porque está carregada de clichês sobre a questão do "pensamento único".
É muito comum, nos países comunistas, a existência de ditaduras, regimes totalitários e tiranos.A China, por exemplo, é um dos mais rádicais nesses sentido. De onde já se viu, colocar técnicos de TI (Tecnologia de Informação) para proibir a população de ler coisas contra o governo?Fora, o fato, de não haver Twitter, Facebook, o Google é supercensurado (carregado de filtros),enfim, cadê a liberdade de expressão?Na Coreia do Norte, em Cuba, na Venezuela, e em outros países o cerceamento as liberdades de expressão e de imprensa. Mas, o que é a velha mídia, é aquela que crítica a censura, a repressão de discursos antitéticos ao regime, dentre outras coisas. Aqui no Brasil, está indo para o mesmo caminho, quando se implica com a Veja, com a Folha, com o Estadão e outros. O Brasil não precisa de regulação de mídia, como acontece na Argentina coma Ley de Medios, isso é coisa de gente que não sabe ouvir a discordância, não se pode dizer que é contra o aborro, contra a união gay, que é contra o PT, contra a descriminalização das drogas, enfim, quem pensa diferente deve ser satanizado, debochado e caluniado. É lastimável, por isso não concordo.Uma coisa que conquistamos a duras penas com a Constituição de 1988: o fim definitivo dos efeitos do AI-5, não pode voltar atrás.