sexta-feira, agosto 24, 2012

Campos tem 6,5 mil pessoas com deficiência mental/intelectual

1.409 cegos

Pelo Censo 2010 do IBGE, o município de Campos tem 1.409 pessoas com deficiência visual total; 15,8 mil têm deficiência visual de grande dificuldade e 67 mil deficiência visual com alguma dificuldade.

Ainda sobre deficiências, há em Campos, 999 pessoas com deficiência auditiva total; 3,9 mil com grande deficiência auditiva e 15,7 mil com alguma deficiência auditiva.

Sobre deficiência motora total, são 2,3 mil; 11,4 mil têm deficiência motora com grande dificuldade; 24,3 mil com deficiência motora com alguma dificuldade.

Com deficiência mental/intelectual identificada pelo IBGE há em Campos 6.522 pessoas (1,4% da população, praticamente, o mesmo percentual identificado em todo o Brasil).

Estes dados são importantes para se instituir políticas públicas inclusivas que integrem os portadores de deficiência à sociedade. Este é o objetivo do blog ao pesquisar e trazer para o blog dados do Censo 2010 relativos ao município de Campos dos Goytacazes.

3 comentários:

Vinícius disse...

Roberto, quanto a situação do atendimento a portadores de doença mental ou mesmo psicológica (há uma distinção entre doenãs orgânicas e psicológicas) cabe resalvar que com a reforma psiquiatrica promovida no Brasil (em nome das denúncias de abuso com pacientes em hospitais psiquiatricos), se criou a estrutura do CAPS, para acabar com as intrenações e as crueldades que eram cometidos nos antigos hospitais psiquiátricos.

Entretanto, dentro dessa nova estrutura, além do CAPS (Campos têm três, um na rua 1 de maio, perto da rodoviária, outro perto da UFF, além do CAPS Guarus, cada um voltado para um tipo de saúde mental, incluindo aí problemas com alcolismo) deveria ser criado em cada município a Residência Médica, para pacientes com longo histórico de internação, e que não possuem família ou que a família não os deseja mais em seu convívio.

Bem, Campos, uma cidade com perto de 450.000 habitantes, não tem essas residências médicas, que são casas que contam com supervisão de uma equipe de psicologos onde pessoas que estão em processo (vamos dizer assim, de reinserção na sociedade) podem passar um tempo.

Existem denúncias no Ministério Público do município, e alguns professores do curso de Psicologia da UFF, com experiência em hospitais do Rio de Janeiro, ficaram impressionados com o descaso das sucessivas administrações públicas em Campos.

É que loucura em Campos é tratado com carinho, de forma bem infantil e sentimentalista como tudo que gira em torno da nossos atuais governantes. É até simbólico de que quem deveria administrar essa situação seja esposa de um garotinho.

Se não me engano, essas residências já deveriam ter sido construídas há dez anos.

Enquanto isso, quem segura as pontas dos portadores de deficiência ou mesmo de doenças psicológicas (como depressão e esquizofrenia) é o João Viana, instituição filantrópica. Esse é a realidade do Brasil, mas mais acentuada em Campos: saúde mental é coisa de filantropia e solidariedade cristã, espírita, nunca um dever público.

PS.: há ainda em Campos o famoso Enrique Roxo (não sei se é assim que se escreve) e também o próprio João Viana com internações, além do SANDU da Saldanha Marinho, que tem alguns leitos para situações de crise dos pacientes.

Mas para doenças psicológicas e reinserção na sociedade, nada, a opção de Campos é isolar mesmo essa população, ou falar que é frescura, para quem não pode pagar um psicologo, talvez porque a loucura (existem diversos estudos sociológicos e mesmo filosóficos sobre isso, Foucault é o mais conhecido autor, mas não o único) revelam um pouco sobre nossa sociedade.

Parabéns mesmo por abordar esse assunto. Até agora NINGUÉM sequer pensou em falar sobre isso.

Roberto Moraes disse...

Caro Vinícius,

Agradeço o seu aprofundamento no tema, em meio aos debates políticos de nossa cidade.

Porém, uma coisa não exclui a outra como o seu próprio comentário deixa a entender.

Este foi exatamente o objetivo da postagem o de provocar quem entende, acompanha, estuda, trabalha e vive as dificuldades decorrentes desta deficiência em família, conhecer a realidade em números e aprofundar a luta a favor desta população, que pelo número que vimos é muito relevante e não pode ser deixada de lado ou tratada com tão pouco caso.

Sds.

Anônimo disse...

De modo geral, tratamos muito mal os intelectualmente diferentes. Para mais ou para menos.
Os mais bem dotados são igualmente desprezados pela sociedade.