quarta-feira, agosto 27, 2008

Mais uma vez lançamento imobiliário particular tem valor mais baixo que o da PMCG

O fato já havia sido verificado nos apartamentos entregues pela prefeitura de Campos no Matadouro. Naquela oportunidade, este blog mostrou que uma empresa particular oferecia (e ainda oferece) imóveis próximos e melhor localizados, na avenida Alberto Lamego, com plantas semelhantes, por valor equivalente à metade do custo daqueles construídos pela PMCG. Agora o fato se repete com o Conjunto Habitacional dos Nogueiras, atrás do Hospital Geral de Guarus (HGG), inaugurado na semana passada, pelo prefeito Alexandre Mocaiber com o nome de Condomínio Santa Rita de Cássia. O projeto da prefeitura foi orçado em R$ 45 milhões e incluiu, além da construção de 300 casas, um centro comercial, área de lazer, centro ecumênico e posto policial, numa área total de 200 mil metros quadrados. A obra foi executada Consórcio Construsan Avenida com subcontratação de diversas outras empresas teve início em maio de 2007, num prazo de construção de 15 meses. Pois bem, no terreno logo atrás do Santa Rita, na estrada Santa Rosa, o grupo Rodobens já está comercializando, embora o lançamento oficial ainda vá ocorrer, um condomínio fechado de casas com 2 ou 3 dormitórios e ampla área de lazer que inclui: piscinas, salão de festas, playground, minicampo de futebol gramado, quadra poliesportiva, quadra de vôlei de areia, quadras de tênis e quiosques com churrasqueiras. O grupo empresarial oferece facilidades de até 300 meses para pagamento, sem necessidades de comprovação de renda, dizendo ainda que a oferta exige baixo investimento inicial e baixo comprometimento mensal. O grupo empresarial Rodobens lançou e está lançando o mesmo tipo de empreendimento em cidades de porte médio (acima de 150 mil habitantes) em diversas cidades do país como: São Carlos, Sorocaba, Marília, S. José do Rio Preto e S. José dos Campos, SP; Patos de Minas, Uberaba e Uberlândia-MG; Ponta Grossa e Cascável, PR; Palhoça, SC; Porto Alegre, Santa Cruz, Vista Alegre e Alvorada, RS; Rondonópolis e Várzea Grande, MT. Veja detalhes aqui. Voltando à comparação o Condomínio Terra Nova Campos (veja informações aqui do empreendimento em Campos) tem a previsão de construção de 480 unidades no local que está tendo a terraplanagem concluída. A primeira parte de 240 unidades será entregue no final de 2009, num prazo de construção semelhante ao tempo de edificação do Santa Rita da PMCG. As unidades do Terra Nova Campos tem áreas construídas de 46m², 58m² e 66m² e oferta de quatro diferentes tipos de plantas incluindo suítes e varandas. Os preços variam entre R$ 90 mil e R$ 140 mil, tendo o preço médio de R$ 115 mil. Segundo a imobiliária responsável pelas vendas é possível um desconto para pagamento à vista de 10%, o que desceria o preço médio para R$ 103 mil. Os modelos de casas ofertadas pela empresa estão lá disponibilizados para a escolha do cliente (veja foto ao lado). Voltando à comparação, se pegarmos este preço médio e multiplicarmos pelas 300 casas feitas pela PMCG, no Condomínio Santa Rita será encontrado um valor de R$ 31 milhões, cerca de 50% menor que os R$ 45 milhões pagos pela PMCG à construtora vencedora da licitação do Conjunto Santa Rita, isto se não acontecer suplementação do valor orçado. Bom lembrar que o Condomínio Santa Rita se obriga também a fazer além dos arruamentos, pavimentação das ruas, arborização e áreas de serviços mais amplas até do que a da PMCG, acabando assim, com a alegada questão dos complementos, da preparação do terreno, etc. como argumento para o alto preço final da construção de casas da prefeitura de Campos. Repetindo a diferença de valores é R$ 31 milhões para R$ 45 milhões. É ainda oportuno lembrar que no custo da empresa particular está embutido, como seria natural, o seu lucro e também, as despesas de comercialização de marketing e propaganda incluídos aí os valores pagos às imobiliárias que estão atuando nas vendas. O caso é semelhante também ao que ocorreu no caríssimo Residencial Oswaldo Gregório, na Chatuba. Para enfrentar as críticas dos altos custos dos projetos habitacionais em Campos, os gestores têm alegado que os críticos dos altos custos desejam dar casinhas pequenas e mal construídas para a população de baixa renda. A premissa é falsa. Projeto habitacional decente tem que ser em terreno amplo, murado, com espaço para crescimento, com equipamentos urbanos e acompanhados de outros serviços públicos como de educação, saúde e outros. O caso que se está questionando desde a Chatuba, passando pelo Matadouro é o custo para execução destes projetos pelo poder público local. Por tudo isso, este blog rechaça mostrando que, na situação atual, seria mais barato para o poder público local, adquirir as casas diretamente da empresa particular que constrói um condomínio fechado. Esta empresa oferece todos os serviços também ofertados pelo da PMCG e mais alguns. O blog não defende, a princípio esta idéia, mas também, não a descarta como forma de conceder à parte da população que não tem condições de adquirir, mesmo com parcelamentos, a sua moradia. Esta opção seria melhor do que a atual sob o ponto de vista das finanças públicas. Sob o ponto de vista da cidadania, os projetos de habitação popular mais reconhecidos no país, são aqueles que estimularam a participação da população na construção das moradias. Esta alternativa é mais digna e emamcipatória e cidadã, mas não contempla a todos os casos, mas não deveria ser descartada em nosso município, como mais uma alaternativa para a redução do déficit habitacional. Esta é mais uma comprovação irrefutável do superfaturamento. Mesma área, casas melhores, área de serviços e de lazer, além de urbanização igual ou também melhor e por preço 50% menor. O blog sugere que você não fique só na informação aqui postada e de outras da internet. Faça como o blogueiro pegue o carro visite um, veja as casa ofertadas pelo outro, compare, ouça os corretores, faça a conta e tire a conclusão a que chegou o blog junto com alguns especialistas na questão habitacional. PS.: 1- a) Para ver as imagens em tamanho maior clique sobre elas. b) A primeira imagem do lado direito é de duas casas do Santa Rita da PMCG. c) A segunda que está no lado esquerdo é a planta de situação do empreendimento. d) A terceira que está do lado direito é da publicidade do Terra Nova. e) A quarta que está do lado esquerdo é foto de um modelo de casa do Terra Nova. f) A quinta imagem que está do lado direito é uma foto da portaria do Terra Nova que está parcialmente montada com estande de vendas na rua ao fundo. 2 - Bom que se deixe registrado e garantido que o blog não está ganhando nada do empreendedor das casas do Terra Nova, apenas está usando o exemplo para fazer a comparação com a implantação de um programa de política pública. Além disso, julgou o seu preço também caro, mesmo que mais barato do que a da PMCG onde não há lucro do empreendedor, apenas do construtor e também, não há gastos com comercialização dos imóveis construídos. O grande atrativo do empreendimento é a facilidade oferecida para parcelamento em até 300 vezes e a baixa exigência de investimento inicial, indispensáveis para o nível de renda do público que o empreendimento pretende atender. Atualizado 28-08-08 às 14:20: Outras informações prestadas pelo empreendedor sobre o Condomínio Terra Nova Campos: Número de dormitorios: 2 e 3 (1 e 2 suíte(s); Número de vagas: 2; Número de unidades: 520; Área do terreno: 143m²; Área das casas modelos diferentes: 46.72m², 58.64m², 66.60m² e 77.30m².

5 comentários:

xacal disse...

Don Roberto,

Quanta maldade...

Afinal vc esqueceu de contabilizar no "custo" Santa Rita:

Os caríssimos advogados;
Os hc, mandados de sgurança e decisões de retorno ao cargo de prefeito;
o caríssimo material de campanha;
as produtoras de vídeo;
as matérias favoráveis na mídia local;

etc, etc, etc...

Como se vê, os "custos indiretos" deixam até o Santa Rita bem baratinho...!

Anônimo disse...

Não esqueça dos valores pagos pelas casas em Rio Preto, há alguns anos atrás.

Anônimo disse...

Típico caso para o MP. Valores aparentemente altos estão também em praças como foi o caso do Jardim São Benedito que depois de inaugurado viu-se que não apresentou nada de novo. A Praça da República por sua vez - também uma obra cara - está aparentemente abandonada. Aliás, Prof. Roberto, que tal um levantamento das obras paradas, atrasadas, prometidas e não realizadas e os respectivos preços?
É bom que se diga que isso vem de longa data...
Abraços.

Anônimo disse...

ONDE ESTÁ O MINISTÉRIO PÚBLICO?

Anônimo disse...

Ministério Público pra que??Existe em Campos???Lembra das denúncias das obras emergênciais??Alexandre Mocaiber continua livre, leve e solto...e rico!!!Justiça fajuta e medíocre, só corrobora com a impunidade que cerca nossa terra.