8 anos de blog: obrigado!

Era impossível estimar no dia 10 de agosto de 2004, que o blog teria vida tão longa. De lá para cá foram publicadas 14.362 notas. Cerca de 36 mil comentários foram feitos pelos nossos leitores-colaboradores. A quantidade de fotos e vídeos, o blog não tem como contabilizar. Tudo isto está disponível em arquivos, para o blogueiro e seus seguidores nas seções laterais.

Se tudo isto fosse colocado impresso, em folhas em tamanho A4, teríamos um acervo de mais de 10 mil páginas. Sobre este número espantoso repito sempre a mesma coisa: oh, quanta bobagem!!!

O número total de visitantes do blog, neste período de oito anos, é difícil de se obter tantos foram os contadores trocados. Verdade é que o número de visitantes diários (considerado seguidores ou não pela Blogger) tem se mantido estável, com picos, conforme as ocorrências que geram mais interesse na leitura.

O blog há muito virou um prazer e quase uma obrigação rotineira. Há momentos de imensa satisfação com a troca de informações e de boas discussões e outras de profundo fastio, quando da repetição dos problemas regionais e do interesse em disputas e querelas pessoais e pontuais, do que em questões coletivas e mais profundas.

O blog criou e também se articula através do twitter e do facebook, mas, confessa, mesmo para aqueles que já perceberam isto por aqui, que prefere este espaço, por entedê-lo mais amplo e, a meu juízo, mais prático para questões mais aprofundadas.

Já falei e repito que o blog surgiu para mim como uma espécie de arquivo público, onde passei a disponibilizar em gavetas (ou quadros) públicos, informações obtidas em pesquisas, leituras, conversas e observações sobre tudo aquilo com os quais convivo e, de alguma forma me interesso e que julguei interessante e democrático repartir.

Até hoje ainda me espanto com a quantidade de pessoas nas ruas, bancos, restaurantes, escolas, etc. que me param para comentar sobre informações do blog, para fazer sugestões, para criticar e para estimular.

Muitos, que vão mais além e leem nas entrelinhas tanto quanto nos textos das notas, insistem em realçar suas expectativas, de que este tipo de ação, colocada em prática pelo blog, ajudou a identificar a maneira comprometida e desacreditada, que grande parte da mídia local trata a informação, conforme os seus interesses comerciais, o que é muito diferente da defesa da pluralidade de opiniões.

Também me causa surpresa a quantidade de pessoas de fora da região que acessa o blog com frequência, por variados motivos, desde saber notícias da sua terra e seu povo, àqueles que, por outros interesses,  passaram a querer conhecer como são as coisas e as pessoas deste lugar. 

Hoje, mais do que um blog, a região tem uma rede de blogs. Até quem falou mal, desdenhou, torceu contra e trabalhou para enfrentar este instrumento informal, fácil de operar e interativo de se comunicar, acabou por se curvar à blogosfera. Nela, há escritos para variados interesses, ideologias e/ou remunerações.

Fico, por enquanto, com a definição do sociólogo Manuel Castells que chamou  de wiki-informação, este processo que se faz por aqui, de informar, receber informações, discutir, organizar debates de onde se vai saindo coisas, decisões de governo, pressões por mudanças, etc.

Sobre a relação do blog com a minha vida, quem acompanha amiúde este espaço, já percebeu que eu procuro manter uma distância dele em relação à minha vida pessoal, separando o que julgo não interessar aos leitores-colaboradores. Porém, também tento evitar formalismos, e muitas vezes entendo, que não há por quê não compartilhar sentimentos, visões e situações, em que a minha vida é parte da relação que tenho com o mundo que me cerca.

Assim, ouvimos algumas músicas, clips, vídeos e até a minha torcida apaixonada pelo Goyta, entre tantos outros compartilhamentos mais pessoais e menos coletivos que representa a grande maioria das nossas postagens.

Uma coisa é certa, com este espaço aprendi mais sobre mim, sobre as coisas, sobre as relações entre pessoas e sobre as relações entre instituições, pessoas e comunidades, do que eu poderia imaginar no dia 10 de agosto de 2004.

Agradeço a todos e todas por esta generosidade da colaboração. Não sei por quanto tempo ainda, terei mais ânimo do que fastio, para investir na continuidade desta atividade, diante de diversas outros atrativos e desafios que me chegaram com o aprendizado aqui obtido.

Por fim, peço desculpas pelo tamanho da nota que era para ser um profundo, mas simples e curto: obrigado!

PS.: Atualizado às 13:02: Atendendo a sugestão de um colaborador que sugeriu que medisse a audiência (visitas) geral do blog observando no Google o número de citações feitas na internet a partir do nome do blog. Fui lá conferir e mais uma vez me espantei com os números: 4,8 milhões de referências. Mais uma vez obrigado, pela dica e pela construção conjunta deste blog.