domingo, julho 21, 2013

Projeções do que a classe média tende a focar, na sociedade capitalista em que vivemos

Num momento em que se discute a ascensão de enormes contingentes para à condição da chamada "classe média", os setores produtivos, tanto da indústria, comércio e especialmente serviços começam a querer entender por onde deve caminhar o consumo. Abaixo o blog destacou três imagens do que eles divulgam enquanto possibilidade.

Repito a discussão sobre classe média  é discutível e muito mais ainda esta ideia de um perfil, quase que único, como o apresentado. Discutível também a análise exclusiva sobre perspectivas de consumo que interessa basicamente aos setores produtivos e não à compreensão sobre o fenômeno social e político do que isto representa no presente e pode vir a representar num futuro próximo.

Porém, o blog entende que a divulgação destes possíveis cenários gerados pela evolução da classe média é interessante para o debate, em todos os enfoques possíveis. Os dados divulgados pela TV Record tiveram diferentes fontes, desde o IBGE, FGV, Datapopular, Consultorias LCA e BCG até a FGV. Confiram e emitam suas opiniões:






5 comentários:

Anônimo disse...

Guardando as devidas peculiaridades de nossa Planície Goytacá, que não são poucas, muito interessante as informações.

Luiz

douglas da mata disse...

Como toda pesquisa que se destina a abraçar um escopo tão amplo, ela vem eivada de erros:

a classe A não tem corte em renda mensal em 10 mil reais,e não ficou claro se é renda per capita da família ou renda familiar.

O corte de renda das outras famílias não foi colocado.

O padrão de consumo de quem tem renda de 10, 11 ou 12 mil reais não inclui aquilo que está no box.

O blogueiro sabe disto. Conhecemos muitas pessoas com este nível de renda que não se encaixam, ou nem ao menos se aproximam deste padrão de consumo.

Nos gastos não há os itens despesas com educação e saúde, que são uma variável constante entre as classes, e que ajuda mais a diagnosticar a mobilidade social que outros itens.

Um abraço.

Anônimo disse...

Roberto,
Tenho buscando informações sobre o que o consumismo pode acarretar ao ser humano, do ponto de vista até mesmo político.

É inegável que nos últimos anos, em termos materiais, as pessoas melhoraram de vida, porém, estas mesmas pessoas não conseguem reconhecer e entender o que as levou a ter uma vida melhor, e ainda, que as possibilidades e facilidades de acesso a bens de consumo, tornaram estas mesmas pessoas cada vez mais egoístas e individualistas.

O governo do PT escolheu uma forma de desenvolvimento baseada exclusivamente no consumo. De alguma forma isso deu certo, mas você não acha que as pessoas estão se condicionando a viverem assim? Buscando como valores apenas “poder ter”, “poder consumir”?

Por isso me pergunto: será que apenas trabalhar para construir possibilidades de acesso a bens de consumo é o caminho certo? Subir de classe, como forma de ascensão social, é apenas poder ter um carro, uma TV e um freezer em casa?

Um partido de esquerda está no governo e consegue trazer melhorias nas condições de vida das pessoas, no entanto, cada vez mais, em razão de como a vida gira, as pessoas estão com um pensamento de direita e conservador. Não acha contraditório?

Não poderíamos caminhar diferente, por exemplo, eu escolheria ter o mesmo padrão de vida material que há 10 anos atrás – ou seja, sem poder comprar um carro zero parcelado - mas ter escola pública de qualidade para meus filhos e não precisar pagar plano de saúde. Os valores que repercutem na sociedade advindos de um governo com este tipo de desenvolvimento talvez fossem outros.

Abraço e obrigado por abrir estas possibilidades de debate.

Roberto Moraes disse...

Sobre o comentário das 09:16,

A meu juízo este é o debate, embora não seja simples.

Ao se buscar reduzir desigualdades você aproxima as possibilidades das pessoas nos diferentes extratos sociais. Em termos é verdade. A migração de classes ou melhoria da renda não é tão vertical assim.

Porém, todos possuem o direito de escolher o que fazer, consumir o quê, onde, como e com quais objetivos.

O que a pesquisa mostra é um padrão médio. Discutível. Porém, se é médio não significa que todos sejam e ajam assim.

Porém, o que o sistema em que vivemos faz é produzir pessoas com comportamentos parecidos e desejados. Nem sempre percebemos isto, mas, é assim que ele funciona. Daí é um pouco mais fácil transformar desejos em mercadoria a ser consumida, seja, sob a forma de produtos, seja de serviços, lazer, cultura, etc.

Os níveis diferentes de desejos e consumos passam a ser aceitos e incorporados como sendo a luta do dia a dia para alcançar, mesmo que como lembrou, isto não faça muito sentido, porque é uma corrida sem fim.

Esta concepção mental precisaria ser alterada, mas, isto é uma tarefa para além dos governos.

Anônimo disse...

Estudo interessante por demonstrar alguns padrões do consumo do brasileiro. Assim como a inegável mobilidade social alcançada nos últimos anos, solenemente ignorada pela grande mídia em sua atividade diária de deturpação da realidade (aqui, bem delineada pelo fator implemento do consumo (maior poder de compra ou sua manutenção) vs. questão inflacionária).

Debater se o modelo com foco em consumo, a oferta de crédito para comprar a geladeira e o fogão para a recém conquistada casa própria é correto, viável, sustentável ou moralmente aceitável enquanto sociedade é, sem dúvidas, discussão relevante e possível, enquanto boa problemática que é, justamente pela superação de um modelo e os avanços conquistados que, hoje, fazem da casa própria realidade; assim como o implemento em 3 vezes na renda mínima do brasileiro, que lhe possibilita o crédito, aliado à condição de pleno emprego.

O estudo evidencia, por exemplo, que mais consumo não está, necessariamente, ligado à mais qualidade de vida (embora este conceito de vida boa seja um tanto quanto subjetivo), considerando que maior parte da fatia de mercado que se espera ver inflada é a de medicamentos. É fato que se tem de considerar o aumento da expectativa de vida, e os correlatos problemas de saúde decorrentes do aumento da idade, porém, não entendo que a equação velhice-doença ofereça um liame necessário e insofismável.

Já mais fast-food, menos mobilidade, mais tecnologia, sedentarismo, estresse, mais trabalho para sustentar mais consumo, moda e carro do ano - questões afetas à realidade e cultura das sociedades de consumo -, sim.

Concordo com o Douglas, porém, no que toca a irrealidade de alguns dados. Considerando a informação do primeiro box, é de se levar em conta que a renda apresentada é sempre a familiar, o que já provoca distorções.

As cestas de compras são um tanto quanto irreais, considerando a renda apresentada. Se existe uma parcela considerável de pessoas ganhando aquilo e almejando aquilo outro teremos um problema de endividamento familiar em breve.

Se eu considerasse a renda "familiar" que tenho com minha namorada (e embora trabalhemos, seguimos estudantes e morando com os pais), seríamos classe B, quase A, o que é risível, sobretudo se cotejarmos, por exemplo, com o preço praticado nos imóveis em Campos, que demandariam 2 anos e meio ou 3 de planejamento financeiro ferrenho para a compra de qualquer coisa com 40 mts.², que não sai por menos de 150 mil atualmente.

Nem se comente o sonho dourado da classe A ou B (de besta) campista que, segundo se especula, sairá por não menos que 180 mil um simples terreno.