quinta-feira, junho 20, 2013

"As demandas são legítimas e desejam oferecer mais a quem tem menos"

O professor Hélio Gomes Filho manda outro texto refletindo sobre as demandas das manifestações:

As demandas são legítimas e desejam oferecer mais a quem tem menos

“A tristeza que a gente tem
Qualquer dia vai se acabar
Todos vão sorrir...”
(Vinícius de Moraes e Carlos Lyra)

Não é só por 20 centavos!

É muito mais que isso se contabilizarmos os aumentos acumulados.

É a saúde que ainda está doente.

É a educação pública que se tornou universal, mas com problemas na qualidade.

É a cidade que expulsa seus pobres pra periferia em nome da especulação imobiliária, sob o beneplácito do prefeito, dos vereadores, dos magistrados e promotores.

Longe do hospital, da escola e da diversão e com um transporte, desconfortável, lento, incerto e caro.

É preciso que os governantes lancem mão dos instrumentos legais de regulação do direito à cidade.

Quando foi que o prefeito do seu município utilizou o Plano Diretor Participativo (garantido pelo Estatuto da Cidade – Lei 10.257 de 10 de julho de 2001) pra fazer justiça fundiária urbana?

Por que a localização das habitações populares é sempre nos limites rurais da cidade, apesar dos muitos vazios urbanos existentes?

O fim da política econômica recessiva do Brasil no século 21 incluiu legiões de pessoas, é verdade. O incentivo ao mercado interno e os programas de garantia de renda mínima fizeram a economia crescer e distribuir renda.

A cidade, porém continua injusta e essa é a bola de vez.

Está na hora de começar a pedir sacrifício de quem tem mais pra dar!

5 comentários:

douglas da mata disse...

Aquilo que não tem direção, jamais terá controle!

Todas estas propostas estão corretas, desde que conduzidas por grupos organizados, capazes de encaminhá-las e verbalizá-las sob aspectos de organicidade que ainda não foram (e nunca serão) substituídos pelo fetiche das "novas tecnologias".

É mais ou menos como dizer que na década de 50, o advento da TV, que substituiria o rádio, ou rivalizaria, como instrumento de comunicação de massa, trouxesse novas formas de organização.

Não trouxeram.

Como disse Marilena Chauí, é apenas um instante histórico e não um marco de uma era.

Quem anda celebrando estes desmiolados vagando pelas ruas é porque expressa sua consciência pesada de ter abandonado a luta política, e agora quer exprimir nestes inocentes (in)úteis suas frustrações.

Como pais afoitos, que nunca jogaram nada, e berram à beira do gramado para que os filhos façam com a bola o que jamais fizeram....

Anônimo disse...

Entendo que as manifestações não são por 20 centavos. No caso daqui de Campos são pelos 18 milhões "despejados" no valão, 80 milhões no CEPOP, pelo império das vans no transporte público,... vou parar por aqui... E a imprensa local se cala ante aos problemas municipais, por medo ou por conivência. Adilson (o Pessanha).

Anônimo disse...

E não são apenas os despojos de gerações que se precipitam ao lixo, mas também os devaneios de "deuses" e suas ambições egocêntricas que não contribuem em nada para a existência do mundo. Por isso, meu caro, é de se suplicar ao "deus" que tudo sabe e tudo vê, não perturbe o sono inocente da criança que acaba de nascer, e assim permita a ela, por aprendizado próprio e sem os vícios de suas vãs experiências, viva o sonho de uma nova vida. E se isso significa arriscar, que venha o risco. Silêncio, por favor.

douglas da mata disse...

Os deuses não "contribuem" em nada para a existência do mundo.

Eles apenas existem, por si, sem explicações, causas ou efeitos!

E o mundo e os pobres humanos, que erroneamente se auto-denominam suas imagens e semelhanças, mas não passam de (más)criações, são apenas brinquedos com o qual se divertem.

Não criança futura que não se contamine com as experiências, vás ou não, do passado envelhecido.

Salvo para os deuses, ninguém escapa do tempo...

Roberto, desculpe por ter repercutido de forma tão imbecil, mas é o que me cabia diante de provocação tá infantil...

douglas da mata disse...

PS: Fácil falar em risco, quando não fomos nós que construímos o que foi conquistado a duríssimas penas...

Risco...tsk,tsk,tsk, nunca se arriscaram nem para soltar pipa, pois faziam da janela do apartamento, usando o ventilador como propulsão...

E ainda me falam em risco...

Risco de ficar sem mesada? Ou de não ir ao Rock'n'Rio, porque papai e mamãe colocaram de castigo pelos atos de vandalismo?