quarta-feira, fevereiro 25, 2009

Boa reflexão sobre as cinzas

O antropólogo Roberto da Matta em seu artigo semanal, hoje, no jornal O Globo, fez uma boa reflexão sobre as cinzas e a dualidade que ela se impõe ao carnaval e a outras coisas da nossa vida cotidiana. O blog retirou dele, apenas um trecho, para servir de aperitivo: “Sem as polaridades não haveria condição humana. Todas as grandes cosmologias foram permeadas por dualismos e as sociedades que os antropólogos descobriram nos seus estudos as usam para inventar e compreender o mundo. Dia e noite, inverno e verão, paraíso e inferno, mortos e vivos, Deus e Satanás, natureza e cultura, homem e mulher, sagrado e profano, esquerda e direita, alto e baixo, dentro e fora, preto e branco, pureza e impureza, velho e novo, feio e bonito, carnaval e cinzas... A lista de alternâncias, cuja característica principal é a complementaridade e a interdependência, não tem fim. A polaridade indica que um termo não existe sem o outro que é o seu exato oposto, não o seu sinônimo ou paralelo. Ao passo que a complementaridade revela algo que, nós, modernos, estamos tentando acabar faz algum tempo: a interdependência.O fato de que essas oposições se manifestam por meio de suas relações. Só entendemos a vida quando estamos diante da morte. É a experiência com o feminino que nos dá a plena sensação de masculinidade (e vice-versa!). Seria o mal uma ausência do bem? Ou eles existem como princípios independentes, a questão sendo — como diz Louis Dumont — que o bem contenha (e canibalize) o mal, mesmo quando ele é o seu contrário”.

2 comentários:

Anônimo disse...

A interdependencia é inerente ao equilíbrio. O antropólogo só corroborou a velha máxima de que tudo em demasia gera desequilíbrio( o mal). Então concluisse que só temos conhecimento pleno das coisas quando conhecemos ao máximos seus antônimos.

Anônimo disse...

Retificado um erro de digitação:

A interdependencia é inerente ao equilíbrio. O antropólogo só corroborou a velha máxima de que tudo em demasia gera desequilíbrio( o mal). Então conclui-se que só temos conhecimento pleno das coisas quando conhecemos ao máximos seus antônimos.