sábado, junho 01, 2013

Projeto de aeromóvel para Canoas (RS) também foi aprovado

Quando finalmente a discussão no plano local sobre a instalação do aeromóvel em Campos se inicia no município, ela pode ser ainda mais qualificada se comparada a outros projetos e também alternativas.

Como uma das questões em discussão é que a experiência do uso deste tipo de transporte só seria para pequenas distâncias, o blog traz à tona o projeto para a cidade de Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre, que foi aprovada no mesmo edital do PAC-2, que o do município de Campos. Veja abaixo matéria da ClicRBS do Rio Grande do Sul:

"Governo Federal anuncia R$ 272 milhões para aeromóvel em Canoas"
"06 de março de 2013"


Verba da União contempla traçado amarelo do aeromóvel de Canoas - Arte: Gilson Filho

A cidade de Canoas vai receber um aeromóvel entre o bairro Guajuviras e a estação Mathias Velho do Trensurb. O Governo Federal vai destinar R$ 272 milhões em forma de financiamento para a construção de seis quilômetros da linha. A destinação já consta no Diário Oficial da União desta quarta-feira.

A proposta está inserida no PAC Mobilidade Médias Cidades, que foi anunciado pela presidente Dilma Rousseff. A obra está dividida em três etapas. A União liberou verba para a realização da primeira. Serão seis quilômetros entre a avenida 17 de Abril, no Guajuviras, até a estação Mathias Velho.

De acordo com o prefeito Jairo Jorge "vai ser discutido com o governo federal e a empresa Trensub a melhor forma de executar a obra". Ele está em Brasília acompanhando o anúncio da presidente Dilma.

Em novembro do ano passado, técnicos da Trensurb e da prefeitura estiveram em Brasília apresentando a proposta. A obra completa está dividida em três etapas, tem traçado previsto de 15 quilômetros e custo de R$ 718 milhões:

1ª) Liga os bairros Guajuviras e Mathias Velho, partindo da avenida 17 de Abril até a estação Mathias do Trensurb. Os dois bairros têm, juntos, cerca de 150 mil habitantes (recursos garantidos);

2ª) A linha parte do entroncamento das avenidas Farroupilha e Boqueirão, passando pela Inconfidência e Sete Povos, até a Praça do Avião (recursos ainda não garantidos);

3ª) Liga a estação Mathias ao final da rua Rio Grande do Sul, no mesmo bairro (recursos ainda não garantidos)."

Da Band.com.br em 8 de março de 2013:
"Canoas foi contemplada com R$ 488 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento, do Ministério das Cidades. Do montante, R$ 272 milhões serão destinados à construção da primeira etapa do aeromóvel. A Prefeitura protocolou o projeto para implantar linhas em três etapas, totalizando 15 quilômetros, com investimento orçado em R$ 718 milhões. A primeira fase do aeromóvel liga os bairros Guajuviras e Mathias Velho, partindo da avenida 17 de Abril até a estação Mathias da Trensurb. Os dois bairros têm, juntos, cerca de 150 mil habitantes. Na segunda fase, a linha parte do entroncamento das avenidas Farroupilha e Boqueirão, passando pela Inconfidência e Sete Povos, até a Praça do Avião. E a terceira etapa liga a estação Mathias da Trensurb ao final da rua Rio Grande do Sul, no mesmo bairro. Segundo o prefeito de Canoas Jairo Jorge, a Parceria Público Privada para a realização do obra deve chegar a mais de R$ 1 bilhão. Jairo Jorge destaca que além do aeromóvel outras obras, como a de rebaixamento do trem, estão no projeto.

Dentro de 90 dias a modelagem do aeromóvel e das obras deve estar concluída. Conforme o prefeito Jairo Jorge, cumprindo dos os prazos e realizando o processo com celeridade, até 2016 o aeromóvel deve estar a disposição da população."

Por lá o debate corria amplo antes de ser apresentado em Brasília. Veja aqui. Em março deste ano, a Prefeitura de Canoas realizou um seminário para ampliar discussão sobre o projeto já aprovado, mas, como seu projeto executivo ainda sendo finalizado. Veja aqui

Em Campos, a única discussão pública, foi direto na Câmara para aprovar a lei que autorizava o acordo com a CEF que aconteceu às pressas na semana passada. Volto a repetir é bom perceber a maneira diferente em gerir as coisas públicas. 

Volto a repetir há um ano o blog informou sobre a apresentação do projeto. A PMCG ficou calada. Toda a sociedade ficou calada, insistindo, em não ver o que estava acontecendo. Perdemos tempo, mas, ainda espaços para interferir no projeto. Ou não. 

Bom que o encaminhamento estivesse sendo diferente deste. A cidade precisa de projetos de médio e longo prazos, debatidos e maturados com a participação da comunidade e não de projetos de afogadilho para ser apresentados nos diversos editais de financiamento. Há muito tempo eles acontecem para os municípios que têm projetos para melhorar as condições de vida, saúde, educação, transporte, etc. do seu povo.

7 comentários:

Gustavo Alejandro disse...

Roberto, insisto num ponto: a tecnologia do Aeromovel não foi testada em nenhum lugar, para distancias maiores a 1km.

Se tem um projeto que precisa ser debatido, antes de sua implementação, é o Aeromovel. Caso contrario, será uma empreitada temerária.

Anônimo disse...

Se ele for em mão única, é um projeto natimorto, pois o tempo entre um trem e outro vai ser muito grande. Outra coisa, a grande demanda de passageiros em Campos é para o mercado, a rodoviária e o centro, e ele não vai passar em nenhum deles.

Roberto Moraes disse...

Caro Gustavo,

Até onde sei o projeto de Jacarta tem 3,5 km e seis estações.

Não sei detalhes sobre mão única, mas, acredito que sim. Para usar duas mãos teria condições de ampliar conforme a demanda de passageiros.

Entendo, que as estações (algumas) poderiam permitir a manobra para movimentação de carros em diferentes direções e trechos com manobras nas estações.

Continuo julgando estranho que todo o projeto não tenha sido até hoje apresentado em detalhes.

Gustavo Alejandro disse...

Roberto, o trajeto do aeromovel de Jacarta é mesmo 3 km e pouco, como vc disse. Eu me baseei na materia do jornal Zero Hora, que aparentemente está errada.
Ainda assim, é bom considerar que aquele aeromovel tem um percurso circular, e que se encontra dentro de um parque temático. Portanto não se destina ao transporte massivo de pessoas, e acho que as formações não andam em sentido contrário.
Ou debatemos isso agora, ou Campos perderá dinheiro depois. E ainda, ficará com um troço encima da 28 de março sem utilidade para sempre, como Porto Alegre, que há 30 anos tem uma linha suspensa de aeromovel 'em teste'.

Roberto Moraes disse...

Caro Gustavo,

O aeromóvel de Porto Alegre, antes deste do aeroporto foi um protótipo de testes bancado pela Finep.

Há divergências sobre ele, como está exposto nas duas entrevistas com posições antagônicas.

O projeto de Jacarta apesar de atravessar um parque e funcionar em 4 dias da semana transporta bastante pessoas sim e funciona até hoje.

Há quem questione por lá. Tentaram trocar por um monotrail. São tecnologias diferentes e interesses diversos de tudo em que é lado.

Apesar disto, e do que está sendo inaugurado também em Porto Alegre de apenas 998 metros, outro projeto de 7,2 km foi aprovado acho que por unanimidade (ou grande maioria) na Assembleia Legislativa gaúcha e pela bancada de deputados federais com emenda coletiva para ser implantado, com início, previsto para este ano, porém, com grande resistência dos empresários de ônibus.

Como já falei foi aprovado outro projeto próximo do tamanho de Campos para Canoas, também na região metropolitana.

O de Nova Iguaçu com financiamento de R$ 288 milhões foi aprovado num edital anterior para cidades com mais de 700 mil habitantes.

O projeto está emperrado pelas desapropriações que embora menor do que as exigidas para BRTs e Metrô não consegue sair do papel. O fato está também ligado à mudança do comando da prefeitura local.

Projetos de infraestrutura de transporte nas grandes cidades são complicadas em termos de gastos com desapropriações. Para você ter uma ideia, no Rio para implantar uma perna do BRT, da Zona Oeste para a BArra foram necessárias mais de 3 mil desapropriações, quase o mesmo número necessário para o Metrô fazer a chamada linha 2. Neste aspecto, o aeromóvel, tem problema menor.

Porém, a falta de debate sobre o projeto local, seu acompanhamento pela sociedade, a falta de uma estrutura técnica consistente na prefeitura local, entre outros interesses atrapalham o projeto.

Agora, não se pode deixar de considerar que só há interesses (escusos ou não) neste projeto.

O debate sobre a Política & Poder perpassa este e todos os demais projetos e programas de política pública neste e em qualquer outro município.

Uma das formas de enfrentar as duas questões é o debate público amplo e não apenas limitado às redes e universidades.

Só um debate amplo poderá dar conta da exigência por governos mais sérios e eficientes.

Anônimo disse...

http://www.pucrs.br/aeromovel/historico.php

Engenheiro Civil Odair Santos Junior disse...

Prezados Amigos, damos sequência ao que falamos anteriormente. O fato do Aeromovel estar há 25 anos (em abril de 2014 essa magna data deve ser celebrada) funcionando ininterruptamente em Jakarta, Capital da Indonésia, deve ser motivo de grande comemoração, pois demonstra a eficiência alcançada com essa tecnologia. Também o fato do Aeromovel usar linha singela (uma pista só) e não usar linha na configuração em "tandem" (nos dois sentidos), não deve ser motivo de preocupação. Sistemas de transporte em anel são muito eficientes e o Aeromovel, mesmo numa única linha, permite tráfego nas duas direções, desde que devidamente programado. Além de ser o único sistema de transporte do Mundo que já nasceu anti-colisão (é como se, havendo dois veículos, um em sentido contrário ao do outro, o ar numa direção anulasse o ar na direção contrária), a via tem uma derivação a cada estação: o embarque/desembarque de passageiros de um veículo se faz numa lateral dela, enquanto o embarque/desembarque de passageiros de outro veículo (que veio em sentido contrário) se faz noutra lateral. É só programar. Por isso, o investimento inicial é ainda menor: se constrói a via única, caso o recurso disponível seja insuficiente para construir a via dupla (em "tandem"). Posteriormente, com o crescimento da demanda, se ampliará a via, contruindo outra paralelamente. E, caso se tenha previamente calculado e executado a estrutura para receber duas pistas paralelas, é só assentar a nova pista.

Engenheiro Civil Odair Santos Junior
Council.of.Engineering@gmail.com