domingo, outubro 21, 2012

EBX: perdas na Bolsa, siderúrgica no Açu, DISJB e valor da terra

A despeito da entrevista do Eike Batista, hoje na Folha de São Paulo (veja aqui) em que diz ser merecedor de uma estátua, os seus negócios aqui pelo Açu, sofrem questionamentos.

O grupo EBX perdeu na última semana em torno R$ 1 bilhão no valor de suas empresas que tem ações na Ibovespa.

Os motivos da movimentação são atribuídos à uma provável confirmação de que a siderúrgica Ternium, do grupo ítalo argentino Tecnhint, adiou ou suspendeu, a construção da siderúrgica no Complexo do Açu.

O blog informou isto no dia 21 de novembro de 2011, portanto, há exatos onde meses (veja aqui).

Os US$ 5 bilhões que o grupo tinha reservado para construir a siderúrgica foi usado para compra de cerca de 20% do capital da Usiminas, atendendo assim sua demanda por chapas de aço grossas para ser laminada em sua siderúrgica no México.

A decisão da Ternium de suspender ou adiar sua ida para o Açu, praticamente, impede, qualquer possibilidade de uma montadora também ser instalada no médio prazo Açu.

Por consequência, a instalação do DISJB, uma PPP (Parceria-Público-Privada) entre o grupo EBX e o governo estadual através da Codin, cujos termos ninguém conhece e nunca foi divulgado, usando terras desapropriadas de pequenos proprietários fica definitivamente comprometida.

A PPP entre a Codin e a EBX seria estabelecida numa relação em que o governo estadual, através da Codin, entraria com as terras desapropriadas e o empreendedor com as benfeitorias de arruamento, fornecimento de água potável a ser captada no Rio Paraíba do Sul e tratamento de esgoto, entre outros. Tudo isto, agora, ainda mais que antes, passa a ser uma incógnita.

Bom relembrar que o grupo EBX fatura hoje com aluguel de áreas para as empresas de apoio às atividades offshore, Subsea7, Intermmor, NKT Flexibles e Technip, para uma área de aproximadamente 730 mil m², em torno de R$ 150 milhões anuais, equivalentes a R$ 6 por metro quadrado, enquanto, o valor pago pelas desapropriações foi de R$ 1,90 por metro quadrado. Veja mais detalhes aqui.

Acompanhemos, pois, os desdobramentos.

9 comentários:

Mayara Viana disse...

Fiz as contas supondo uma propriedade de 100 alqueires. Ainda assim paga-se muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuito pouco por tanta terra. Cerca de 50 mil reais. Triste conclusão.

Anônimo disse...

São R$ 6,00 por metro quadrado ao mês só de alugueis, e o Sr. X continua sendo o dono, enquanto os antigos proprietários foram obrigados a vender suas terras por cerca de R$ 1,90/metro². Não entendi a conta de Mayara. Um alqueire (equivale a 10 mil metros quadrados) fica para o Sr. X no valor de R$ 19 mil, onde compramos um terreno de 500 m² por R$ 20 mil, quanto mais 10 mil metros quadrados?! Tudo isso tem que ser avaliado e analisado. Quanto a matéria o Sr. X não é nada modesto, acredito que a câmara de SJB deve da uma estátua a ele, já que pediu com tanta educação. Esse garoto é meio arrogante, esta tomando pauladas do mercado e está no "dane-se" para todos que não concordam com ele. O Brasil precisa crescer, mas precisa ter responsabilidade para isso, não é através de um prepotente que conseguiremos fazer as mudanças necessárias e com alto custo público para todos nós, afinal o BNDS é um banco público com dinheiro público.

Mayara Viana disse...

Um alqueire é mais que o dobro de 10.000. Você está confundindo alqueire com hectare. Um hectare são 10.000 m², sendo um alqueire igual a 2,4 hectares, pressupus uma propriedade de 100 alqueires. E deu esse valor. Achei pouco. É é mesmo muito pouco! ;/

Anônimo disse...

Desculpe Mayara, de fato confundi mesmo os nomes, mas um alqueire na Região equivale a pouco mais de 48 mil metros quadrados (quase 5 hectares), de qualquer forma, se formos fazer por metro quadrado o valor é muito baixo mesmo.

"(Regionalismo: Minas Gerais, Rio de Janeiro, Goiás): medida agrária que equivale a 48.400 m2"

http://pt.wiktionary.org/wiki/alqueire

E bom fim de semana a todos, parabéns ao Roberto Moraes por trazer sempre assuntos que nos faz interpretar as notícias por um outro ângulo.
Atenciosamente.

Anônimo disse...

1 - Quem desapropria não é o Sr. Batista, e sim o governo do Estado do RJ.

2 - No projeto original NÃO HAVIA NECESSIDADE DE DESAPROPRIAÇÃO, uma vez que o projeto ocupava a fazenda Caruara e outras que continuaram no projeto. Tudo seria diferente se o GOVERNO DO ESTADO NÃO OBRIGASSE O SR. BATISTA A TROCAR A AREA DELE POR OUTRAS QUE SERIAM DESAPROPRIADAS.

3 - R$ 1,90/m2 é um preço muito, mas muito justo para uma área que NÃO PRODUZIA NADA. Busque informações sobre valores de áreas produtivas no Brasil.

4 - A comparação de R$1,90/m2 com o preço final (ou seja com infraestrutura acabada) de R$6,00/m2 é bem tipico de pessoas que gostam de falar, falar, e nunca estudar a realidade. Algum dos experts ai sabem o que é Capex? Sabem o valor deste? Sabem o que é realizar uma ponte de 3km, um quebra mar, um canal onshore, um cais de 6KM? Acham mesmo que uma empresa faz isso porque é boazinha? Acham que esse valor de investimento não deve ter retorno?

5 - É irritante ver que ao invés de estarem felizes, pois finalmente o perfil dessa maldita região vai mudar e sair da subsistencia dos governos municipais, ficam na internet gritando absurdos sem estudar. Por favor, ao invés de continuarem investindo nisso, porque não pegam em livros, e estudem alguma profissão tecnica, pois assim ao invés de ficarem sentados no computador reclamando vão é trabalhar, e talvez até no complexo do Açu.

Anônimo disse...

Sem defender o Eike, precisamos sempre conhecer o assunto para formar um juízo de valor sobre ele. O que acontece é que na maioria das vezes dispomos de pouca informação e às vezes confundimos as coisas com boa fé. (vide o caso da Mayara, acima).
Os investimentos no Açu são significativos, e na minha opinião, irreversíveis. E o fato de serem mais lentos do que se propaga é ainda melhor.
Quanto às siderúrgicas, elas virão. O mundo precisa de aço. A planta argentina da Tecnhint está no limite. Eles tem que solucionar este gargalo. Eles virão.
Quanto à estátua do filho famoso do Dr. Eliazer, acho que temos que esperar mais um pouco. Mas, uma coisa é certa: é difícil empreender no Brasil. Se ele merecer alguma estátua, será por isso.

Anônimo disse...

Sempre tem um funcionário to cara que quer que façam uma estátua para defendê-lo. Mas de qualquer maneira seria bom que vc fosse desapropriado pelo Estado para tu sentir o que é isso em nome desse "desenvolvimento" que não irá incluir os proprietários dessas terras.
Só cuidado para não perder o emprego, pois mesmo com volumosos recursos públicos seu patrão ta perdendo terreno literalmente, sendo assim seria interessante começarem a agir com menos arrogância e mais tolerância!

No mais é louvável o investimento, principalmente se todos os cuidados forem tomados, assim como os limites respeitados.

Anônimo disse...

Para aqueles que afirmam que as terras desapropriadas em questão "não produzem nada" seria muito importante saber que os proprietários destas áreas, faziam sim o uso destas para cultivo e agropecuária, salvo nas áreas de vegetação nativa onde pelo menos ao produtor rural era proibido o desmatamento, coisa que não acontece com os empreendimentos "X" que além de desmatar, provocam a salinização do lençol freático da região. Veja bem meu caro: não sou contra o progresso, mas progresso não siginifca apenas aumentar a riqueza (do seu patrão?), significa também incluir a coletividade no processo e não pense que é simples um pequeno produtor se especializar e se tornar um profissional especializado e competitivo do dia para a noite (ainda mais se o seu meio de subsistência praticamente deixa de existir): o contexto social é muito mais complexo.
Outro detalhe importante a respeito das desapropriações é: 1,90 por m2 é sim um valor baixo, considerando que á area atual pode ser considerada como área industrial e que o valor agregado a ela atualmente está muito acima disso.
Só mais uma observação: se você não sabe nada sobre o aspecto social da região (isto é perceptível), por favor tenha um pouco mais de respeito pelo local, que de certa forma é responsável pelo capital seu salário.

Mayara Viana disse...

Retorno? Vocês falam de retorno? É muito fácil nascer numa cidade de médio a grande porte, ser iniciado na educação profissionalizante, técnica, superior , que seja, e aprender a valorizar muito, mas muito, o dinheiro a qualquer preço. Automaticamente, deduz-se que é simples assim: pessoas alocadas em subdistridos de SJB, acostumadas com a vida rural, simplesmente comecem a estudar, apoiar o empreendimento e tal. Estamos falando de realidades muito distantes. Eu tenho orgulho de agir com boa fé. Tenho orgulho de ser diferente, desapegada a essas porcarias. Queria que um boçal desse das 12:18 AM mostrasse a face. Nele eu descontaria tudo que preciso diante de tanta injustiça. Eu como Técnica em Química, se fosse ''olho-grande'' e sem coração iria estar batendo palmas pra atitudes como essa de simplesmente tirar das pessoas o que é delas por direito, em nome do investimento. Infelizmente o Estado pode sim tomar as propriedades. Pra mim, não basta EU estar bem, EU ter oportunidade nesse SUPER PORTO. Me preocupo com a dignidade humada, me preocupo com o meu redor. Não vou ficar discutindo uma coisa que, até então, é imutável. Se o Senhor "X" quer tanto esse espaço pro seu complexo, que o construa sobre palafitas. Que faça pontes sobre o mar, SE VIRE. --' Não tenho mais paciência pra discutir. Só me entristeço com esse mundo tão horrível. Espero que as pessoas que estão envolvidas nesse processo sejam amparadas de forma justa. ;/