segunda-feira, outubro 15, 2012

FHC, aquele abraço!

Ainda aguardo alguém que preencha o hiato lógico que tomou conta de algumas opiniões, em muito fomentadas pelo atuar de alguns ministros seduzidos pela "jurisdição televisionada", de fazer inveja ao próprio Gurgel. Um sistema jurídico que prescinde do "Parquet" e congrega no magistrado o papel de acusador e juiz é, de certo, bem afeito àqueles que se preocupam com o tamanho do Estado. É menos um servidor público neste país. Faz sentido.

Mas, voltemos ao vácuo.

Reside a lacuna lógica entre a compra de votos de uma dúzia de deputados (?) da base aliada (??) para aprovar alguns projetos de consenso oposicionista (???) - e (abismo) - com isso, "servir um projeto de poder, muito além de quadruplicar um quadriênio, dar um golpe, tomando de assalto a democracia em seu âmago".

Cá comigo, digo que é de se dar referências e deferências ao Sociólogo por ter aprovado a reeleição, possibilitando, - e aqui replico as palavras de nossa majestade - "aperfeiçoar nosso sistema político, ampliando o horizonte do mandato presidencial, permitindo implementação de medidas que, a priori, impopulares, seriam necessárias ao desenvolvimento do país".

Relevemos a compra de votos para passar a emenda em seu governo e a atitude antidemocrática e imoral de se beneficiar dela. 

Seguindo esta lógica "per saltum", análises frenéticas do Nelson Motta, ou as teleguiadas por alguma estratégia processual que interesse ao Noblat (e sua esposa), é inegável: FHC salvou o país de uma instabilidade institucional tal que poderia, inclusive, ter criado uma espécie de Brasil Ocidental ali pelas bandas da Terra da Garoa. 

Tudo isso se, em lugar do Doutor, tivesse operado esse escândalo e esquema o operário.

Obrigado, Fernando.

11 comentários:

Luiz Gonzaga Neto disse...

Professor, venho lendo o seu blog e os de vários analistas politicos espalhados pela web. E vejo que os dois lados dessa moeda tentam, pelos próprios interesses - nenhum deles republicanos -, influenciar a massa leitora.

Os analistas de esquerda lutam a todo custo para desqualificar a ação de minsitros empossados pelo próprio PT.

Os da direita fazem de tudo para dar a condenação como favas contadas.

Todos apelam para argumentos sem profundidade: de um lado, levando em conta a história em sobreposição aos fatos. De outro, difundindo velhos preconceitos arraigados.

No meio desse tiroteio de ideias e ideais, vejo todos sem razão.

O que mais me intriga, no entanto, são as acusações, e aí não me acuse de leviandade porque sei o que estou falando, de que parte da culpa pelo que está acontecendo é da "mídia golpista".

Vamos lá: qual era o assunto das editorias de política das redações Brasil afora antes da ação 470? O linchamento público do senador Demóstenes Torres, flagrado (esse sim) em conversas que por si só já o condenam. Ele, tido antes como um bastião da moral direitista do país, não foi perdoado por nenhum meio de comunicação. E ninguém veio a tona reclamar do direito democrático de acesso a informação. A tão difamada espetacularização da política só aparece quando o alvo dos holofotes é um membro do lado esquerdo do tabuleiro. Aí os analistas vermelhos vem com os velhos chavões de comunismo tardio: "mídia raivosa, rancorosa, mantida por uma classe média assustada com a ascenção economica de mais de 30 milhões de pessoas". Mas note que esse discurso só aparece nessas condições.

Uma bobagem enorme daqueles que tentam impor no país um modelo venezuelano de mídia. Amigo, a espetacularização é uma condição inerente a mídia. Ela vive disso. Há exageros? Pode ser. Mas imagine se em vez do mensalão petista, fosse o mensalão mineiro em julgamento. O professor acha que os holofotes seriam menores?

Roberto Moraes disse...

Olá Luiz Gonzaga,

Antes de mais nada devo dizer que esta postagem é do articulista do blog, o Bruno Lindolfo.

Não há problemas, porque tenho a mesma opinião do articulista.

Sobre o que fala que extrapola a esta nota e trata de outras vamos lá:
1 - Da mesma forma que desqualifica todas as falas dizendo ser "todos sem razão", eu, estou compreendendo que com isto está dizendo que a mídia é a única correta, isenta e séria desta história;

2 - É um argumento, pueril, mas, um argumento, sem dúvida;

3 - Quanto a "analista vermelhos" mais que a neutralidade que diz defender, você, sai da sua pretensa isenção, para adjetivar e qualificar, aqueles de quem não concorda;

4 - Assim, o seu tabuleiro fica vesgo;

5 - Para mim, isto não é problema porque eu não acredito na neutralidade, mas, vejo, que aqueles que a defendem, na maioria das vezes, o fazem, para esconder suas posições, muitas vezes, não sempre, próxima daqueles que lhe dirigem as ações profissionais.

6 - O debate é bom e salutar, só que alguns temas, algumas pessoas e, especialmente, algumas opiniões, não são desejadas, vou mais longe, não são permitidas nos órgãos que operam as concessões que deveriam ser públicas;

7 - Bom que leia na internet outras opiniões. Eu faço isto com frequência. Aliás, faço com mais frequência leitura daqueles a quem posso discordar, do que daqueles que tendo (mas não garanto) concordar. Isto acontece, não apenas pela minha vontade, mas, porque a mídia que você isenta de tudo e a quem você só vê virtudes, só divulga, um lado da história;

8 - Sendo, assim em nome, da pluralidade e da democracia, bom que tenha a grande rede, que não depende destas concessões e, na maioria das vezes tem opiniões, as divulga, e defende o debate, ao contrário do que se lê, ouve e vê, quase que o tempo todo na mídia corporativa com seus interesses que tenta convencer e confessar que não os tem;

9 - Democracia está num nível muito para além de um debate pré-eleitoral em que cada candidato tem 2 ou 3 minutos para defender o que pensa;

10 - Os conceitos e o que vem antes, tão arraigado e conhecido como pré são construídos no debate que deveria ser pural. Se, ao divulgar as posições do lado que na maioria das vezes é considerado como do "mal" ou do que você chama de "analistas vermelhos" estaremos, no mínimo possibilitando o conhecimento de um outro ponto de vista.

11 - O debate aqui é quase um divã que permite que eu, você outros colaboradores possam falar e serem analisados;

12 - Por eles é possível ver os "chavões" em que cada um difunde a ideologia e a opinião que diz e garante não ter em nome da falsa neutralidade.

... continua...

Roberto Moraes disse...

... continuando...

13 - Vamos a alguns deles: "próprios interesses - nenhum republicano" - só a mídia corporativa e concedida nesta sua concepção; fala em analistas de esquerda e de direita, mas, os argumentos são contra os primeiros, tentando esconder a defesa dos segundos;
"argumentos sem profundidade" - quem teria esta profundidade? Os que defende o que pensa? Os que defendem a mídia "neutra", mesmo que corporativa e cheia de interesses?
"Tiroteio de ideias". Só nos dez segundos cortados e editados das falas não há tiroteio de ideias porque a matéria que vai ao ar é aquela que o editor encomendou". Melhor seria que tivéssemos mais ideias e opiniões, porque, assim, mesmo que confuso teríamos, a pluralidade para a interlocutor, ou no caso da mídia tradicional, o assistente para decidir sobre os dois ou mais pontos de vista;
"linchamento público do senador" - esta perola mais parece uma defesa do senador que espantou a todos com seus atos, depois de fazer, o que muitos continuam tentando passar, um falso moralismo;
"a espetacularização é uma condição inerente a mídia" eu não posso aceitar; posso entender; sei que aí os intere$$e$ falam mai$ alto. O Murdoch que diga. Aí a ética vai par ao espaço. Tudo vira mercado, tudo fica à venda em nome da audiência ou da venda. Porém, mesmo, que entendamos, temos que reagir a isto, ao contrário, deixamos de acreditar que o mundo hoje, possa melhor que ontem, e amanhã melhor que hoje; "modelo venezuelano" é um outro estigma. Vamos debater sobre isto. O que leio, ouço e vejo todos os dias sobre a Venezuela seria para eu entender que há por lá uma barbárie. Eu resisto a aceitar, assim de graça esta opinião, sem ter, simpatia com Chaves e algumas (não todas como dizem a mídia corporativa) de suas práticas. Engraçado sobre este tema. Vi toda a grande mídia se ajeitar na cadeira para comemorar o seu fim no domingo eleitoral, garantindo que daí em diante seria diferente. Pois bem, a população disse em maioria que prefere continuar. Os mesmo não tiveram como falar mal do processo e nem fazer outras acusações, daí,que agora o tema é quem será seu sucessor;

14 - Como pode perceber meu caro Gonzaga, o debate poderia ser mais amplo e plural. É evidente que ao defendermos nossas opiniões, ao divulgar a de outros, pode-se, e certamente, (mesmo inconscientemente) defenderemos aquilo em que acreditamos, quando se trata de ideologia e opiniões.

15 - Seria desejável a defesa da opinião e dos embates. Com respeito lógico, mas, como o enfrentamento das ideias. Elas precisam ser contrapostas para que tenhamos opinião mais sedimentada. Só não há necessidade disto, quando ela é comprada, que não é o seu caso.

16 - para fechar, de verdade: será que a mídia corporativa teria coragem de debater isto em horário comercial, que para ela é onde entra o faturamento? É evidente que não. Aí isto vira papo dos blogs, e quando muito do Observatório da Imprensa. Então bom que os blogs debatam, só assim, outras opiniões podem ser debatidas fora da PAUTA.

Abs.

Blog Católico do Leniéverson disse...

Caríssimo colega de jornalismo, Luiz Gonzaga Neto, você pensa como eu, foi no cerne da questão. Vejamos, o mensalão petista está sendo julgado no STF e já foi provado que existiu.E a mídia (considerada reacionária pelo PT) está mais do que fazendo seu trabalho e qual é o problema disso?Considerar a veiculação do julgamento um espetáculo é uma bobagem.
Afinal, quem não deve não teme. Qualquer pessoa na vida, ao longo de sua existência, sabe que se planta uma coisa ruim, vai colher coisa ruim. Para o petismo, os acusados e condenados pelo mensalão devem ser tratados como pobres coitados e dignos de perdão. Mas quando usaram verbas públicas para compra de apoio políticos eles não pensaram no mal que fariam.
Luiz Gonzaga, eu sou o @jornalistacmprj, do Twitter e acredite, os petistas se acham incriticáveis e intocáveis. Alias, Luiz, quando se chama uma parcela da mídia de raivosa, rancorosa e contra a "ascenção" da classe trabalhadora quer trazer a baila de que tudo aquilo que me crítica, eu rechaço ou processo. Isso aconteceu, por exemplo, na Campanha da Senadora Vanessa Grazziotin (PC do B) a prefeitura de Manaus, quando a mídia abordou a estória do ovo, a coordenação da campanha dela censurou todos os blogs e portais de notícias que fizeram menção ao assunto, por exemplo, o Blog do Noblat. Em Salvador, a Campanha do candidato a prefeitura, Nelson Pelegrino (PT), proibiu que o seu adversário, ACM Neto, usasse o mensalão na Campanha eleitoral. Oras, mais uma vez, quem não deve, não teme. E, para terminar, qualquer militante de partido, seja lá qual ele for, tem de aprender a olhar a outra margem do rio. Não existe na vida só os que nos elogiam, tem aqueles que criticam tbm. Em Cuba, na Venezuela, na Coreia do Norte, quem critica é preso ou morto e aí, a gente pergunta: Onde há democracia nesse quesito? Aqueles que pensam como a gente são chamados de doentes, mas doentes porque se falamos a partir dos fatos tão claros quanto a luz do sol?

Anônimo disse...

Professor: porque então não se tornar proprietário de uma destas mídias e mostrar a essa gente como é fazer uma mídia de massa de verdade, que não dependa de verbas públicas e defenda o verdadeiro debate?

Marcelo Siqueira disse...

E muito bom mesmo, parabéns Professor. Parabéns Luís Gonzaga, sem você não haveria debate, se não tiver quem discorde, fica chato. Agora, o bom mesmo é que o Douglas está de volta.

Roberto Moraes disse...

Oh Leineverson

Aqui você pode falar isto, mas, na mídia corporativa que vc defende não haveria espaço para quem tem opinião diversa.

Uma pequena diferença.

Quanto ao comentário das 11:50 PM,
Este seu argumento é a confissão que o jogo é este mesmo, a falsa imparcialidade sustentada com o dinheiro da Viúva que paga pela pauta.

Mais uma vez Freud explica, antes mesmo da Política.

E continuemos a conversar, sem precisar confessar.

Abs.

douglas da mata disse...

Roberto,

Interessante debate.

Como sempre a mídia corporativa na tentativa de se colocar como uma instância über alles(sobre tudo e todos), como se ela mesma não fosse a expressão de uma parcela dos interesses em disputa.

Erro crasso: confundir análises opinativas com jornalismo. Eu sei, eu sei que na cabeça dos "jornalistas" isto está meio confuso, ainda mais com os tubarões da mídia vendendo opinião como fato jornalístico, mas é preciso separar as coisas:

Opinião todo mundo têm direito, e neste debate da ação 470 muita besteira foi dita de lado a lado.

Mas o FATO: a mídia corporativa age com extrema parcialidade na cobertura do episódio, e sequer trata da mesma forma quando seus "aliados" estão na ribalta.

É este o centro do debate, aliás, um de seus eixos, o outro, a violação sistemática de garantias e direitos fundamentais pela corte que tem a obrigação de protegê-los.

Nenhum articulista de "esquerda"(e desafio a mostrar em contrário)escreveu pela "inocência" dos acusados.

O que se quer de órgão que são CONCESSÕES PÚBLICAS, como são os canais de TV, e jornais e revistas que gozam de imunidade fiscal, é que tenham equilíbrio, pois imparcialidade, sabemos, só possível como slogan para enganar os incautos.

E isto não é um FAVOR destas empresas: é antes um dever delas, e um direito nosso, que lhes concedemos através do Congresso e NOSSOS represententes o direito de explorar comercialmente o ramo da informação(?).

Demóstenes? Ora, eu acho que só pode ser ingenuidade, porque leviano o jornalista já disse que não é, e então, acreditemos nele:

Pois sim, o senador foi estrategicamente jogado aos leões para aplacar a "sede de sangue", enquanto o fato relevante ficou escondido: as relações promíscuas dos Civita e da "óia" com o crime organizado, que pela nova teoria do domínio funcional do fato(inaugurada sob medida para a ação 470)deveria condenar todos: bicheiros, donos da revista, senadores, governadores, etc.

Cadê os "especialistas", os arnaldos jabours, os editoriais inflamados, enfim, os gráficos, infográficos para dissecar esta relação tão(no mínimo) suspeita?????

Estranhamente(?), um fato desta relevância sumiu frente a necessidade de construir uma tese eleitoral("julgamento do século") para os demotucanopatas, que pelo jeito, não deu muito certo.

O que o jornalista não diz, não por leviandade, mas por ingenuidade(?)é que os milhares de analistas como Dalmo Dallari, Nilo Batista e outros proeminentes juristas (será que são militantes de esquerda????) é que o processo, o julgamento, e a forma como foi tratado pela mídia está toda errada, violou tantas garantias que deixaram escapar a possibilidade real de se fazer Justiça, que nada tem a ver com a absolvição dos réus, ao contrário.

Mas, de fato, perdemos a chance de colocar em pratos e panos limpos todos os mecanismos de financiamento (aprisionamento) dos partidos e governos pelo poder do capital, aí incluídos, infelizmente, órgãos de mídia.

Alguém se lembra que o valerioduto abasteceu as organizações grobo?

Pois é, está lá nos autos.

Mas isto o jornalista não vai ver, ouvir, nem ler...e pelo jeito, nunca irá noticiar...

Anônimo disse...

As Provas estao la, os reus tiveram direito de defesa, pagaram os advogados mais caros, tiveram um juiz atuando como advogado de defesa, tem uma quantidade enorme de blogueiros os defendendo. Qual o problema de existir gente que nao esta alinhada com o pensamento esquerdistas? Deveriamos ter eliminados?

douglas da mata disse...

Eliminados não, bem... só os burros...rsrsrs.

É preciso dizer que provas obedecem a uma hierarquia, e há diversos tipos delas.

Não cabe me alongar aqui.

Mas o questionamento, e parece que os "não alinhados" parecem escoicear os fatos para não enxergar o óbvio, é que o processo violou garantias e direitos, o que torna as provas, assim como todo o processo questionáveis, e tanto faz com advogados caros, ex-juízes ou defensores públicos.

Outro ponto que se discute é o uso de concessões públicas (canais de TV) para veicular apenas um lado da informação, manipulando a realidade para produzir opiniões como esta aí de cima, ás 11 horas e 34 minutos AM.

Enfim, comparar blogs, que são canais privados (nós sustentamos as assinaturas das conexões e não temos fins lucrativos, em regra) de opinião, com concessões públicas de comunicação exploradas sob a forma de mega-oligopólios de mídia não é burrice...é má-fé mesmo.

alexandre c leite disse...

Para afirmar que a realidade esta sendo manipulada eh necessario conhece-la. Como voce sabe a realidade, conte para nos. o que aconteceu de fato? Como e quais direitos foram violados? Os julgamentos sao transmitidos sem edicao, onde esta a manipulacao? Para saber se alguem age de ma-fe eh necessario conhecer as reais intencoes dela, e isso nao da para fazer por deducao logica. So lendo a mente ou ouvindo confissao. Muitas das suas conclusoes sao baseadas em coisas que vc nao sabe mas julga ter o dominio completo. Nem os burros deveriam ser eliminados. Voces criticam tanto hitler e adoram a eugenia!