terça-feira, outubro 09, 2012

Centro x Periferia: Serra x Haddad

O infográfico do Portal Terra, sobre a localização geográfica da votação dos candidatos, Serra do PSDB e Haddad do PT, na capital paulista, é mais do que esclarecedora, em qualquer análise que se queira fazer. Até as preconceituosas:

5 comentários:

Anônimo disse...

Roberto:
A medida que a periferia avança para o centro, com o aumento de renda e escolaridade fruto dos avanços implementados grande parte pelo próprio Partido dos Trabalhadores, o senhor não acha que esta massa mais fortalecida econômica e socialmente não tenderá a votar num partido mais conservador num futuro próximo? Não me refiro ao PSDB, porque este vive seu ocaso como mostram os últimos resultados. Talvez o próprio PT que incline-se à direita e deixe o papel que hoje ocupa para o PSB.
Sim, porque eu não acredito que o senhor acredite que o voto nas periferias é ideológico. Trata-se de segurar quem ofereceu melhores condições de ascender. E isto, hoje, é garantido pelo PT.

Roberto Moraes disse...

É possível.

Ideologizado não. Politizado também não. Pragmático na análise das políticas públicas, é provável.

Sobre o futuro, há que ser construído.

Será necessário politizar este debate sobre as políticas públicas. Sobre o que se quer dos representantes políticos e da possibilidade deles arbitrarem quando necessário, o setor da sociedade a ser atendido prioritariamente, naquilo que muitos chama de inversão de prioridades.

Vamos conferindo.
Abs.

Anônimo disse...

Roberto existem duas posições interessantes numa disputa eleitoral.
A primeira é óbvio e ser o vencedor e a segunda é ser o terceiro colocado, principalmente em um processo equilibrado como o de SP.
Quem vai conquistar a noiva?????

douglas da mata disse...

Roberto,

Grave erro referenciar o voto ideológico a quem está em corte de classe "de cima", que lhe permite mais instrução formal, e ao voto periférico uma noção apenas "pragmática" ou instrumental do voto.

Erro grave.

Todos fazem suas contas. Mas no fim, votam com o conjunto de valores que acham corretos, e dentre estes fatores de decisão está o conforto econômico, mas este não é preponderante.

Garantir um Estado protetor que auxilie na equiparação das diferenças e desigualdades entranhadas nas sociedades de mercado também são visões ideológicas e políticas deste eleitorado.

Ainda que mergulhadas em nosso filtro classe média preconceituoso, que denominam estas escolhas como "fisiológicas".

Ora, o novo regime do setor automotivo é um "mimo fisiológico" ou permite que trabalhadores metalúrgicos votem com "consciência"?

Vou repetir o que já disse aqui antes:
O conservadorismo não vem com o conforto e conquistas econômicas.

O conservadorismo já está impregnado de cima a baixo em nossa sociedade.

A questão é de visibilidade.

Quem ascende economicamente em uma "sociedade de mercado" (olha aí o termo da Sandel)é que passa a ser mais ouvido, e tem-se a impressão que virou conservador por causa de sua mobilidade social.

Por isto temos enormes contradições entre mantermos um governo de esquerda durante 12 anos, e não conseguirmos resolver questões humanitárias como aborto, lei de anistia, violência de gênero, e outras agendas que emperram a modernização institucional do país.

Anônimo disse...

Que o Douglas me permita discordar.

Acho que conservadorismo vem com o conforto sim. Se não chegou ainda é porque o conforto é pouco.

Devemos cultivar certo asco a esta sociedade de mercado. É certo.
Desconheço entretanto, onde a liberdade política tenha sobrevivido sem liberdade de iniciativa econômica.
Tem gente que imagina conhecer uma melhor forma de vida. Mas por enquanto é só imaginação.
Para tudo o que queremos e todo mundo tambem quer (conforto, conquistas econômicas, saúde, avanços científicos, direitos humanos etc) precisa de dinheiro.
Depois que se ascende, vem a liberdade de compra e é assim que funciona esta sociedade. Com consumo. Gostemos ou não.
Fico com o popular Joaosinho Trinta: "Povo gosta de luxo e riqueza. Quem gosta de miséria é intelectual."